Eu ouvi o som do despertador. Nada me fez querer acordar daquele sonho. A realidade estava dura demais e eu não queria vivê-la.
Em meu sonho, estávamos visitando um jardim. De repente, você segurou com a mão esquerda a mecha que caía em meu rosto.
E, por tantos motivos, até pela luz do sol que iluminava o teu rosto, eu me apaixonei. Desculpe-me, senhor despertador, eu não tinha motivos hoje para encarar a realidade. Eu só queria sonhar mais um pouco.
Talvez ele nunca vá acreditar, mas eu estava naquela cidade por causa dele. Tudo o que havia acontecido tinha sido por ele. Isso soa no mínimo cansativo, meloso... Tudo aquilo que eu não queria representar.
Eu nem ao menos tinha certeza sobre os sentimentos dele, mas sei que ele tinha medo de simplesmente sentir. Provavelmente isso foi causado por antigos relacionamentos, não sei dizer ao certo. Mesmo assim, eu sei mais dele do que ele de mim.
É engraçado. Quando me disseram que eu teria certeza, hoje eu digo a vocês: sim, eu tenho.
Esses foram os primeiros sintomas de amor.
Você com esses olhos de dias nublados, queimava-me com o olhar, que procurava por respostas em mim que eu nem sabia em qual parte minha estavam. Você buscava em mim as seguranças de uma insegura e foi descobrindo todas as minhas fraquezas, todas as minhas barreiras e escudos caíram pra você entrar. Chave mestra: era o seu jeito, a sua persuasão com as palavras.
CZYTASZ
Ingrato despertar
RomansÀs vezes somos obrigados a viver uma realidade muito cruel. Melissa simplesmente se recusou a isso e resolve parar num sonho. O que isso irá causá-la? Quais são as consequências da morte da própria realidade? Como é viver num sonho?
