CAPÍTULO 12

201 13 0
                                    

-E qual seu signo?
Ela pergunta depois de mais ou menos meia hora de conversa. Estamos deitadas na grama lado a lado. Conversando muito, porém sem tirar os olhos das estrelas.
-Peixes. -Falei lentamente, queria ver sua reação ao saber meu signo, mas estava encantada demais com o céu para mover meus olhos dele -Eu até perguntaria o seu, mas sei que é virgem
Ela ri, e depois de uns segundos diz
-Também sabe que nossos signos são complementares?
-Sei. E as vezes acho que esse é o motivo pelo qual gosto tanto de você.
Sorrio comigo mesma ao perceber que estou falando pra ela coisa que sempre achei que fosse paranóia minha.
-Gosta tanto quanto?
Ela pergunta e eu apenas sinto meu rosto vermelhar. Levo uma mão a testa. Ouço a risada de Carol e então percebo que ela não está olhando o céu como achei que estivesse. Ela está olhando pra mim.
-Não precisa ficar com vergonha, não!
Ela fala deitando mais próxima a mim. Então vejo sua mão segurando meu colar. E como que mudando de assunto por eu ter ficado com vergonha, diz
-Você gosta muito desse colar, né?! Sempre tá com ele quando nos vemos. E até nas fotos
Ela vê minhas fotos!
Finjo que não nem liguei pra isso e digo
-Sim, eu amo esse colar! Eu amo o infinito
-Por quê?
Ela parecia realmente interessada
-Porque é lindo e misterioso. Ninguém sabe se ele realmente existe. Ninguém nunca chegou lá.
-E você gosta do céu pelo motivo de ele ser infinito e misterioso?
Concordei com a cabeça.
-Como sabe?
Eu ainda não tinha desviado os olhos do céu. Mas estava sentindo que Carolina me olhava fixamente.
-Anna Júlia falava exatamente a mesma coisa.
Nesse momento tiro meus olhos do céu e os movo para Carol. Que me olha com curiosidade. Quando olho em seus olhos flashs de quando eu era Anna vem em minha mente. Eu tento para - los sem que Carol perceba. Mas quando vejo ela parece distraída com outra coisa. Ela olha pro céu, seus lábios estão apertados como se segurasse o choro. Então ela me olha novamente e diz
-Eu e Larissa terminamos
Sento na grama, apesar de ela ter me contado que o namoro não ia bem, eu não esperava por isso
-Eu sinto muito.- Peguei sua não que estava jogada na grama, ao lado de seu corpo. -Mas por quê?
Ela balança a cabeça
-Nós brigávamos muito ultimamente. Hoje de manhã tentamos conversar pra concertar tudo isso. Mas não teve outra solução. Eu acho que foi melhor assim
Deito ao seu lado novamente, mas dessa vez com nossos corpos colados. Deito em seu peito ainda sem soltar sua mão. Eu posso ouvir seu coração. É de longe o som mais lindo que já ouvi. Carol começa a fazer carinho em meus cabelos. Quando sinto que é a hora digo
-As vezes insistir dói mais que deixar ir.
Ela suspira
-Com certeza
Fala mais pra si mesma do que pra mim.
...
Saímos do campo era 1h30 da manhã. Carol me levou até a esquina da minha casa. Falei que queria ir andando para sentir a noite. Eu estava caminhando tranquilamente, meu celular apita quando passo em frente a um terreno com algumas árvores, apenas. Olho e é uma mensagem
Número bloqueado: "Avisei para ficar longe do Alessandro!"
Fico assustada, olho envolta procurando alguém, mas não tem ninguém, sinto alguma coisa bater forte em minha nuca. E um líquido começa a escorrer. Penso ser uma pedra mas quando passo a mão percebo. Foi um ovo. De repente mais dois ovos batem em minhas costas e quebram. Depois vem as bexigas com tinta. Caio no chão e ouço risadas indo embora pela rua. Tento levantar mas não consigo. Por que estão fazendo isso? Quem está? Começo a chorar de raiva e humilhação ao perceber meu estado. Não poderia ir pra casa daquele jeito. Também não queria ir pra casa de Ale e nem de Becca, porque teria que explicar o motivo de estar daquele jeito.
Levantei e comecei a andar em direção a lua. Eu estava com medo. Apenas fui deixando a lua me levar e quando me dei conta... eu sabia muito bem onde estava.

CarolinaWhere stories live. Discover now