O começo do fim...

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Parecia mais um dia normal em que a sociedade caminhava a passos lentos para o seu fim, até que surgiram as primeiras noticias de algo que poderiam acelerar esses passos. Uma doença, seus primeiros sintomas eram manchas pelo corpo. Em uma semana as manchas apodreciam, em duas semanas o individuo era levado a total loucura, e em um mês, a sua morte.

A alta mortalidade e facilidade de contaminação assustava. Aqueles mais atentos se isolavam, procuraram estocar comida o mais rápido o possível, mas os mais otimistas, se desleixavam, pensavam que era apenas mais um surto momentâneo, tipo a AIDS na década de 80, ou a gripe espanhola nos anos 20. Talvez fosse o tipo de preocupação de terceiro mundo como o ebola, porém o tempo passou, guerras internas e externas entre os países foram se agravando, a convivência na vizinhança já não era a mesma.

A 'paranoia começou a tomar conta da população e qualquer mancha estranha pelo corpo já era suspeito e podia virar motivo de pânico. Boatos surgiam culpando a indústria farmacêutica pela doença, outros diziam que foi o governo. Os moradores de rua eram as primeiras vitimas, e o governo então, culpavam outros países de atentado terrorista. Passou-se quatro anos e só tinha sobrado um quinto da população mundial, o cenário era pós-apocalíptico. Sobraram apenas alguns grupos isolados, nenhum lugar era seguro. Além da preocupação com o vírus tinha também a possibilidade de um grupo maior e mais armado levar tudo que te pertencia, isso quando não acontecia um massacre daqueles grupos em estado mais vulneráveis.

Então começou a surgir as primeiras noticias de uma possível cura, ou pelo menos uma vacina que deixava a pessoa imune por algum tempo, com a promessa de que logo viria uma cura definitiva, e claro, de um território 100% seguro. Haviam laboratórios de alta tecnologia ainda em estado conservado e ao que parece, sendo utilizados por um bem maior. A indústria farmacêutica que foi acusada de ser a grande vilã agora era a salvadora.

Eram apenas boatos, não dava para checar realmente, não tinha mais a internet ou jornal, não havia fontes que fossem realmente confiáveis, tudo não passava de boato. Ainda assim, era a promessa de um território seguro, a promessa de cura de uma terrível doença, o fim da pandemia. Era a promessa de um lugar onde se voltaria a ter uma vida normal, qualquer coisa era bem melhor que aquela realidade.

Logo os grupos começaram se dirigir a esse território. Ao chegarem lá, recebiam a vacina de graça e poderiam então, recomeçar sua vida normalmente. Parecia bondade demais, parecia. Quem disse que era de graça? Que disse que iria levar uma vida boa? A única promessa foi de segurança e imunidade. Em pouco tempo já podiam conhecer os novos patrões, e assim também os novos carrascos, a partir daí, essa nova sociedade foi dividida os super ricos, que sempre foram ricos, os detentores da cura, e os refugiados, os sobreviventes, que antes eram pessoas comuns e agora se tornaram escravos.

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