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"Eu sempre aceitei tão pouco"... é, acho que é assim que eu vou começar escrevendo. Parecia que o pouco era muito, que o nada era alguma coisa, era assim que eu via o que as pessoas me ofereciam. Cara, tantas vezes aceitei pessoas rasas entrarem na minha vida só por causas bobas, por raiva, por solidão, por falta de amigos. Eu só não enchergava que eu estava aceitando qualquer coisa a troco de nada, que eu estava vendo felicidade onde só tinha curtição, ouvindo tantas grosserias, tantos tocos, respostas curtas, desculpas esfarrapadas como "você mora muito longe" ou "ah, nos vemos muito pouco..." O que eu não sabia era que quando uma pessoa realmente se interessa por você, que ela sente que quer você, quer cuidar de você, os quilômetros se tornam nada pra ela. Vivi tantos momentos que pareciam "mágicos" que eu pensava que aquilo duraria por longos anos, mas eram só algumas páginas de um livro breve e curto. Mas um dia eu resolvi que o segundo lugar na vida de alguém, não pertencia mais a mim, que o que eu queria era muito mais que aquilo, eu queria ter um lugar único, só meu. E eu aprendi que eu posso sim ficar sozinha, porque eu aprendi a lidar comigo mesma, com meus fantasmas, e principalmente que eu não preciso ser a metade de alguém que também seja apenas metade, procurando alguém que o complete, mas sim alguém que sendo cheio como eu, possamos transbordar.

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