Tinjo minhas tristezas com verniz
De um bálsamo raro, imperfeito
Que penetra no âmago despedaçado
Despedaçado íntimo, inteiramente despedaçado
Unido pelo verniz da imperfeição.
Na crença absoluta do meu deus interior
Sinto-me tão preso e tão cansado neste horror
Que minha alma desacreditada em sua divindade
Devolveu ao eremita um pouco de sofrimento
Tornando-se uma ateia de si mesma.
Assim reconstruo minha consciência
Destruindo-me por dentro e por fora
Em rompantes de ódio e de amor
Transfiguro minha carne em sensações
Para enfim alcançar o meu céu inalcançável...
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Um vazio entre outros vazios
PoetryPequenos poemas que falam sobre a dor existencial que permeiam o tédio e a morte.