Capítulo 1 - O que realmente importa.

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Mais um dia normal... acordo, me levanto, faço minhas necessidades e partiu escola. Hoje pelo menos não bateu a preguiça de levantar, nem o desânimo de ir para a escola, que é o que eu sinto na maioria dos dias, mesmo assim eu acabo indo, boto na cabeça a ideia clichê de estudar para melhorar de vida e caminho até a escola. É, é assim que eu vivo.

Não posso ter a audácia de dizer que a escola é um local ruim para mim, que eu sofro bullyng, ou tenho poucos amigos. A questão é que eu sinto a necessidade de ser mais, não me contento em ser só mais um, quero ser que nem aqueles caras populares, engraçados, que qualquer merda falada faz com que todos cainham na gargalhada, é isso. Eu praticamente imploro de forma indireta por atenção e popularidade na escola, sendo pé no saco de muita gente. O Engraçado é que quando parece que eu vou conseguir minha popularidade, aparece alguém melhor que eu e novamente volto a estaca zero, a vida escolar não é fácil, você é o que está escrito para você ser, quer você se contente ou não. Já estou no 2ª ano do ensino médio e mudanças na minha vida começaram a fazer com que eu mudasse minha visão, aceitando quem eu sou, um merda total.

Hoje como de costume cheguei na aula atrasado de propósito, venho fazendo isso todos os dias neste ano letivo. É melhor chegar atrasado e ficar de boa vendo a aula, do que chegar cedo e ficar perdido no canto, tentando forçar interações com pessoas populares, estava cansado disso. Mas para o meu azar isso acabou influenciando nas minhas notas da escola, frequentes atrasos, muitas faltas, principalmente em dias de trabalhos importantes, não aguentava mais toda essa farsa que eu provocava para ganhar atenção, preferir evitar todos entrando em uma nova farsa, sendo anti-social de propósito.

Hoje a primeira aula é de artes, como eu cheguei atrasado o professor já estava na sala, entregando avaliações das unidades. Chego na sala e dou um vago bom dia, indo me sentar em uma cadeira na penúltima fileira da sala do lado da janela, antes que eu chegasse a me sentar o professor me chama, provavelmente para entregar a minha prova. Logo deixo minhas coisas em cima da minha mesa e caminho até o professor que me fitou com um olhar de preocupação até que eu chegasse até ele, já vi que ia melar para o meu lado.

    - Olhe sua nota. - O professor me entrega a prova e em seguida faz um sinal para que eu me aproxime mais dele. - Sua nota está baixíssima, não só na minha matéria, como em muitas outras pelo que vi, e em todos os semestres até agora.

    - Eu sei professor, vou me dedicar para melhorar.

    - Espero que sim, se não começar a se atentar vai acabar repetindo o ano, por besteira.

    - Desculpa, prometo que vou me esforçar mais.

    - Você não era assim, está com algum problema em casa?

    - Não, é só que eu dei uma desligada neste ano, mas é como falei, vou tentar recuperar nos semestres que restam. - Respondi com a verdade na ponta língua, porém foram as mentiras que saíram, o professor me olhava fixamente nos olhos e parecia realmente disposto a me ajudar, porém mentir mesmo assim, não estava pronto para desabafar, aquilo era algo que eu precisava resolver sozinho. 

Volto a me sentar, e o professor novamente me fita até minha carteira, logicamente ele sentia que algo estava acontecendo comigo, e nem eu sabia direito o que era na verdade, eu queria atenção e não queria, enfim, eu não sabia o que queria da vida.

    - O que foi que ele queria? - Me questionou Robert, um dos poucos que eu chamava de 'amigo' naquela escola, ou que ao menos eu tinha uma certa consideração, ele era bem popular e por algum motivo nos dávamos muito bem, causando até inveja em outros populares que andavam com ele. Perto dele eu me sentia mais legal, mas nunca conseguia ser o mesmo que ele era com os outros.

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⏰ Last updated: Sep 03, 2017 ⏰

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