— Vou buscar um pouco de gelo para você querida. — Minha mãe avisou e saiu do salão.

Assim que estávamos sozinhos segurei as mãos de Mabel e a puxei para o sofá comigo. Sentei e a coloquei em meu colo.

— Sinto muito. — Sussurrei segurando seu rosto para ver melhor a bochecha.

— Sinceramente? Até que demorou. — Suspirou baixo — Sabia que algo assim uma hora ou outra aconteceria novamente.

— É inaceitável. — Neguei — Qualquer tipo de agressão injusta é inaceitável.

Não importava com quem fosse, podia ser Amanda, Alisson ou qualquer outra, mas menos ainda com Mabel. Era inadmissível um ato de desrespeito ao próximo.

— Passou. — Sussurrou tocando meu rosto.

— Minha mãe vai trazer o gelo e vamos colocar para não inchar. — Beijei sua bochecha cuidadosamente.

Mabel assentiu concordando e deitou a cabeça em meu ombro, suspirando baixo. Não sabia que providencias meu pai estaria tomando, mas até imaginava.

— Logo acaba amor. — A tranquilizei.

Ouvimos um pigarro baixo. Mabel levantou a cabeça e encontramos com minha mãe parada perto de nós, nos encarando meio envergonhada. Mabel levantou do meu colo e sentou ao lado, no sofá.

— Coloque isso. — Minha mãe pediu estendendo um pano com algumas pedras de gelo.

Mabel o colocou com cuidado sobre a bochecha, fazendo uma leve careta.

— Vou subir ver como Bianca esta acomodada. Seu pai está no escritório com Naomi... Talvez você devesse ir lá filho. — Comentou se inclinando e beijando a testa de Mabel.

— Boa noite. — Mabel sorriu levemente.

— Boa noite mãe. — Peguei sua mão e a beijei.

— Nos vemos amanhã querida. — Se despediu e saiu do salão.

— Acho que ela tem razão em ir com meu pai para ajuda-lo, afinal vocês são minha responsabilidade. — Peguei sua mão e a acariciei.

— Tudo bem. Vou ficar bem... Sou forte. — Sorriu.

— Sei que é... E esse é um dos motivos que me fizeram gostar tanto de você. — Confessei beijando seus lábios levemente.

— Te vejo amanhã? — Sussurrou.

— Com certeza. — Afirmei lhe dando mais um selinho rápido.

Nos levantamos do sofá e juntos seguimos até a escada.

— Dorme bem meu anjo. — Beijei sua testa e toquei novamente sua bochecha.

Mabel assentiu concordando e se despediu. Subiu a escada e sumiu quando fez a curva no topo.

Suspirei baixo e segui ao escritório onde meu pai estava com Naomi. Quem diria que chegaríamos a tais circunstâncias? Pois é, ninguém, mas nós já tínhamos dado uma chance a Naomi antes. Tudo bem que foi mais por Mabel do que por ela, mas o fato mesmo era de que Naomi usou sua segunda chance e fez aquela bobagem. Onde já se viu agredir alguém assim, por algo sem sentido nenhum. Sim, sem sentido, porque ciúmes e inveja eram coisas minúsculas que não justificavam esse tipo de ato.

Cheguei ao escritório e bati na porta. Abri devagar e vi meu pai sentado com Naomi a sua frente. Ela olhava para baixo e parecia envergonhada. Caminhei até eles recebendo um olhar sério de meu pai e quase conseguia ouvi-lo dizendo: Não tem jeito filho, sabe o que faremos!

Príncipe : Um destino - Uma escolhaWhere stories live. Discover now