♥ capítulo 4 ♥

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EU PODERIA ESCREVER UM LIVRO INTEIRO SOBRE ESSA MÚSICA... ACHO QUE QUANDO VOCÊS A ESCUTAREM COMPREENDERÃO O QUE ESTOU DIZENDO. E SENTINDO!

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ADAM

Tem alguma coisa muito estranha acontecendo comigo.

Estou andando há mais de uma hora, mas não consigo parar. Não consigo entrar em nenhuma estação de metrô. Não consigo tirar aqueles olhos castanhos da minha cabeça. Não consigo espantar o desejo de tomá-la nos braços e fazê-la minha.

Só minha...

Mas que merda é essa, Adam?!

Sinto o ar fugindo dos meus pulmões quando finalmente entro em casa. Meu coração está batendo tão forte que sinto uma ardência estranha no peito.

Jogo-me no sofá, mas ele parece desconfortável demais.

Vou até o segundo andar, arranco o tênis e o chuto longe. Tiro a camiseta e a calça e me jogo na cama.

Meu coração ainda está batendo fora de ritmo e minha respiração parece falhar. Então me dou conta de que não tem nada de errado com o meu corpo.

É o meu coração.

É o meu maldito coração outra vez.

Eu já vivi todas essas sensações.

Já entreguei meu coração a alguém e ele foi despedaçado.

Não posso sentir tudo isso de novo.

Eu não posso deixá-la entrar.

Mas Sophie está encontrado uma brecha.

Sophie está roubando metade dos meus pensamentos e parte dos meus sonhos.

Sophie está roubando pequenas partes do meu coração.

♥♥♥

Desperto com o som insistente do meu celular. Rolo para o lado e, ainda de olhos fechados, passo a mão sob o travesseiro, mas não encontro nada. Então, para o meu alívio, ele para de tocar. Fecho os olhos e quando estou prestes a adormecer outra vez, ele volta a tocar. E parece ainda mais alto.

Merda!

Tateio o criado mudo, mas também não encontro nada. Abro apenas um olho — porque eu não sou capaz de abrir os dois ao mesmo tempo e encarar a claridade que entra pelo quarto — e forço a vista. Também não o encontro. Presto mais atenção ao toque e percebo que ele está longe, mais precisamente na sala. Para atendê-lo eu preciso sair da cama e descer as escadas.

Novamente, a música cessa.

Espero que ela comece a tocar outra vez, mas isso não acontece. Respiro aliviado, fecho os olhos sentindo as pálpebras pesando e, quando começo a adormecer, alguém começa a bater com força à porta da frente.

Sério?!

Jogo a coberta longe e levanto em um rompante. Desço a escada cambaleante e, enquanto passo pela sala ouço o celular tocando outra vez em algum lugar. Dou meia volta enquanto olho ao redor, cogitando atender ao celular primeiro, mas as batidas parecem ainda mais fortes.

Com Todo O Meu Coração - DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora