Yasmin – Se isto continuar assim, acredita que vou tomar a mesma atitude que tu.

Respirei fundo e de repente ouvi um “Buh!” vindo de trás, mandei um pulo da bancada e a Yasmin gritou, o que me fez desmanchar a rir. Pelas vozes, era o Grey e o Roney, que também se riam às gargalhadas. Eles sentaram-se na fila das bancadas abaixo de nós e viraram-se de lado, para nos conseguirem olhar, para falarem connosco.

O Roney era bem fofo, as gargalhadas dele eram fofas e o Grey parecia ser mais sério, mas ao mesmo tempo, conseguia ser tão fofo quanto o Roney.

Os minutos iam passando, eu e a Yasmin estávamos a falar distraídas de tudo, quando senti alguém a agarrar-me e a descer as escadas das bancadas comigo. Olhei para a cara da pessoa e vi o sorriso do Roney, sorri também e senti o perfume dele a infiltrar-se no meu nariz. Ele colocou-me no chão, ao lado do campo de futebol, pegou numa bola e entretanto, comecei a ver a Yasmin a ser arrastada pelo Grey até nós.

O Grey foi dizer as equipas, pois tinha-se que dar o nome e em cada equipa tinha 4 rapazes e o resto só raparigas.

Quando o jogo ia a começar, ouviu-se um grito e uma travagem funda. Fiquei assustada e as pessoas começaram a correr para a estrada, o que me deixou um pouco assustada. Tirei o telemóvel do bolso e verifiquei se tinha alguma mensagem, vi que não e voltei a coloca-lo no bolso.

Quando estava a caminhar para a estrada, vi a Nicole a vir na minha direcção a chorar.

Nicole – Arianna… - Ela colocou as mãos nos meus ombros.

- O que aconteceu?

Nicole – A tua irmã… Ela…

No momento em que me ia abraçar, eu afastei-a de mim com brutidade e corri até à estrada, empurrando todas as pessoas que estivessem no meu caminho. Alguma delas, até caíram e começaram a reclamar, passei pela Yasmin e pus-me ao lado dela, olhando para a estrada. Pus a mão na boca chocada e senti as lágrimas a deslizarem pelos meus olhos.

Sem pensar duas vezes, fui para junto do corpo dela e ajoelhei-me, virando-a de barriga para cima, pois ela estava de lado. Passei as mãos pelas bochechas dela e comecei a chorar imenso, senti uma mão no meu ombro, mas abanei-me, para que se afastassem.

Pessoa – Tem que se afastar. – Voltou a tocar no meu ombro e eu levantei-me, empurrando o homem.

- Você é que se deve de afastar, senão quer ir parar ao hospital também. – Disse bruta, a gritar.

Yasmin – Arianna…

- Arianna o caralho, é a minha irmã! – Gritei, ajoelhando-me novamente. – Emily abre os olhos, por favor.

Baixei a cabeça encostando-a no peito da minha irmã, continuando a chorar imenso. Eu quis que elas viessem para cá e agora… Isto aconteceu. Não a podia perder, não era justo. Ouvi passos a caminharem para perto de mim, levantei a cabeça e vi a Sophie a olhar para a Emily com os olhos cheios de lágrimas.

Puxei-a para mim e abracei-a com força.

Comecei a ouvir as sirenes da ambulância e afastei-me do corpo da Emily, pegando na Sophie ao colo. Os paramédicos colocaram a Emily numa maca e perguntaram quem era a responsável por ela, aproximei-me dele e ele deu-me passagem para entrar na ambulância. Sentei a Sophie numa cadeira e apertei o cinto de segurança, sentando-me numa cadeira ao lado da dele.

- Ela está viva?

Paramédico – Está com uma respiração muito fraquinha, tal como os batimentos cardíacos. Vamos colocar oxigénio na menina e esperar que ajude a recuperar os batimentos cardíacos normais. Em relação ás feridas ou danos causados pelo impato, não analisamos, pois não podemos perder tempo. – Solucei. – Tenha calma, eu preciso que responda a algumas perguntas, para entrarmos logo no hospital.

- Eu respondo, apenas faça com que ela sobreviva. – Solucei e limpei as lágrimas.

Paramédico – Preciso de saber os dados da criança.

- Emily James, 6 anos.

Paramédico – Tem ficha no hospital? – Assenti. – Pronto, é tudo o que preciso de saber. – Olhou para a Sophie. – E a princesa, como se chamas?

Sophie – Sophie. – Disse triste.

Paramédico – E você?

- Arianna.

Paramédico – Já contatou os pais da Emily?

- Eles devem de estar ocupados no trabalho. – Dei de ombros.

Ele não me perguntou mais nada, pois já estávamos a chegar ao hospital. Saímos da ambulância apressados, eles chamaram médicos e enfermeiras, pois ela estava a deixar de respirar. A Sophie agarrou-se ao meu pescoço, pois levava-a ao colo, bastante aflita, tentei manter-me calma para a acalmar também. Eles entraram na sala de reanimações e eu sentei-me num banco à entrada, pois não me deixaram entrar.

Olhei para o fundo do corredor e vi o John e a Andrea a aproximarem-se aflitos. A Sophie largou-me e foi a correr para os braços da Andrea, eu nem olhei mais para eles, limitei-me a olhar para o telemóvel, que de repente, recebeu uma mensagem.

De: roney.

Mensagem: Coméq’ está a tua irmã? E como é que estás? Tem calma.

Para: roney.

Mensagem: na sala de reanimações … mal , óbvio .

De: roney.

Mensagem: Posso ir ter contigo? Eu sei pelo que estás a passar, a sério que sei.

Para: roney.

Mensagem: vem…

Coloquei o telemóvel dentro da mala e o médico saiu da sala de reanimação. O John e a Andrea aproximaram-se e o médico disse-lhes que ela estava em coma, mas que estava previsto que ela acordasse dentro de uma ou duas semanas, pois ela ficou em estado choque ao ver o camião a ir na direcção dela. Mas, deixou bem claro que se ela não acordar nesse período de tempo, podia entrar em morte cerebral.

Senti uma pontada dentro de mim ao ouvir as palavras do médico. Levantei-me e comecei a ir na direcção da escola, entretanto vi o Roney a entrar, quando o vi a abrir os braços, não hesitei e enrosquei-me neles, encostando a cabeça no peito dele.

Roney – Como é que ela está?

- Em coma… Se não acordar dentro de uma a duas semanas, pode entrar em morte cerebral.

Roney – Vais ver que vai ficar tudo bem, Arianna. – Deu-me um beijo na testa e eu fechei os olhos, deixando as lágrimas caírem.

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AI JASUUUUS.

AAD - Didn't Finish Yet - Second Season.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora