Café da manhã

Começar do início
                                    

Em 15 minutos cheguei. Subi os degraus da frente, que eram do estilo do Supremo Tribunal Americano. O que dava a escola um ar de importância e superioridade diante de outras demais.

Ao entrar na recepção, que separava a entrada do pátio, percebi que o acesso ao pátio onde os alunos ficavam era restrito, por questões de segurança, apenas pais entravam ou funcionários e professores.

—Bom dia senhora, como posso ajudar? — um jovem com cara de 17 ou 18 anos me pergunta.

—Bom dia. Eu preciso muito ver alguém, mas essa pessoa já entrou na escola, será que eu poderia entrar? Será questão de segundos, eu juro! — falei com um tom de coitadismo.

—Er... Lamento senhora, você não pode entrar aí, mas podemos chamar a pessoa aqui se você assim quiser.

Droga, não, não faria sentido. Isso não estava indo a lugar nenhum.

Então por instinto comecei a chorar. Sim, eu sabia forçar o choro! Já usara esse truque diversas vezes com Pedro, algumas até hoje ele não sabe.

Coloquei as mãos no rosto e comecei a soluçar. Me sentia mal por estar fazendo isso com aquele jovem, e pior ainda, me sentia Vitória!

—O... Mas o... Que houve senhora? — perguntou ele sem jeito e claramente sem entender.

Demorei um pouquinho pra responder, fingindo me recompor.

—Sabe... Eu só... Eu só queria fazer uma surpresa pro meu marido! — falei aos prantos. —Hoje... Hoje é o aniversário dele e eu só queria ser uma boa esposa pra ele. Ele tem andado tão triste, tudo... Tudo porquê sou incapaz de dar filhos pra ele! — afundei meu rosto em minhas mãos novamente.

—Se...senhora. Me desculpe. É claro que a senhora pode entrar. — falou sem graça e liberou a entrada pra mim. E pra finalizar a cena dei nele um apertado abraço. Ponto pra Larissa.

Passei por aquelas borboletas e logo adentrei naquele mundinho adolescente onde há muito tempo já vivi. Eu odiava escolas. O pátio era enorme e tinha crianças e adolescentes por todos os lados. Ensino Fundamental II e ensino médio pelo que eu sabia.

Eu não conhecia a tal Taylor, mas stalkeei algumas fotos, na esperança de que a reconhecesse pessoalmente. Infelizmente eram muitos adolescentes voando por todo lado. Argh, me sinto claustrofóbica nesse lugar.

Percorri discretamente o pátio pela sua extremidade, observando a enorme bancada na parede onde alguns ficavam sentados.

Dei umas duas ou três voltas pelo pátio todo até que ouvi aquela típica falação de patricinhas reunidas.

—Ah, Katy, para né!? — uma voz aguda e grave ao mesmo tempo falou. Me virei discretamente para observar. Eram 4 garotas conversando ao redor de uma mesa. A que falava estava sentada na mesa.

—Qual o problema Taylor? — perguntou outra garota que já não me interessava mais depois do que ouvi. Identificara a abelha rainha e minha atenção estava totalmente voltada pra ela.

—E daí que esse garoto nem é lá essas coisas e você fica aí sendo trouxa. Faz como eu, pega e joga fora. — todas riram junto, menos a menina que ouvia o "conselho".

Não sabia como poderia abordar ela naquelas circunstâncias então mais uma vez coloquei meu lado atriz pra trabalhar e fui em direção a mesa onde estavam.

—Com licença meninas, quem de vocês é Taylor Garcez? — perguntei com tom autoritário.

Todas calaram e Taylor levantou da mesa onde estava sentada, me olhando diretamente nos olhos, éramos da mesma altura, e sento que isso a deixava mais confiante ao me encarar.

Perfeitamente QuebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora