Hoje de manhã Larissa quase me enforca. Ela havia ligado inúmeras vezes pro meu celular, que estava descarregado. Eu esqueci totalmente de avisar a ela que iria chegar mais tarde do que o usual.

Apenas recebi as broncas calado. Esperava que talvez isso a fizesse esquecer daquele outro assunto pendente. Estava errado.

—Agora dono Pedro. Pode cuidar em me contar do que isso se trata. — falou ela colocando na minha frente a carta.

Lá vamos nós.

—Lari... Muitas coisas têm acontecido que eu não te falei, mas quero que entenda que só não falei porque você já estava cheia de problemas, sua mãe tinha acabado de falecer e...

—Fala logo Pedro, não temos tanto tempo! — ela me corta.

—Certo. Sabe o Artur? Bom, quando eu estava voltando para dar aulas na escola, nós conversamos antes, para esclarecer as coisas entende? Acontece que uma aluna minha ouviu, e agora ela está ameaçando usar isso contra mim. Ou eu termino demitido, ou eu termino demitido, basicamente. — falei.

—E essa carta!? — ela dispara. Está mais nervosa que eu mesmo.

—Eu recebi no dia do velório de sua mãe. Nem sabia do que se tratava até que... No dia que eu visitei a casa da família da garota, a mãe dela tentou me assediar, a garota chegou bem na hora e eu me ferrei. Logo depois que saí de lá recebi uma mensagem de um número anônimo dizendo que ainda iria me ajudar e que quer o meu bem. Foi aí que eu entendi do que se tratava a carta.

—Pera. Ela tentou o quê!? — ela levantou furiosa. —Ah, eu vou acabar com essa Barbie!

Ela circulou um pouco pela sala com as mãos na cintura, pensando em alguma coisa.

—Tá, qual é o plano? — ela finalmente pergunta.

—Que plano? — falo sem entender.

—Pra acabar com elas é claro!

—Ah...nenhum! — respondo naturalmente.

—COMO ASSIM NENHUM PEDRO? — despertou a leoa.

—Nenhum. Simplesmente. Eu já tentei conversar com ela, e olha no que deu. Você não entende, essa família é poderosa demais. Se eles quiserem acabar comigo, eles vão. E ninguém vai poder impedir eles. Só me resta esperar pela ajuda desse anônimo.

Ela me olhou calada e apenas assentiu. Aquilo me cheirava a sujeira. Atípico de Larissa. Sei não.

—Tudo bem. Se é o que você quer. — falou secamente.

—Sim. É o que eu quero. — falei.

Ela se virou de volta pro seu quarto e posso jurar que vi um semi sorriso se formar em seu rosto.

Saí de casa e fui trabalhar.

***

P.O.V Taylor

—Por enquanto é isso turma, estão liberados pro intervalo. — falou Pedro.

Todos começaram a sair, mas eu fiquei. Ele parece ter entendido e esperou todos saírem também.

Quando o último aluno saiu, me levantei e fui até sua mesa.

—Ora ora, se não é o professor tarado. — falo sentando em sua mesa.

—Taylor, por favor...

—É o seguinte monamour. — interrompi sua fala colocando um dedo sem seus lábios. —Eu já te dei tempo demais pra pensar, e vi que tenho sido muito boazinha, levando em consideração tudo que eu ouvi e... Vi! — ainda não consegui esquecer aquela cena que ocorreu em casa, que nojento.

Perfeitamente QuebradosWhere stories live. Discover now