Capítulo II - Tormenta

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Dormi e acordei com uma sensação de desespero, troquei de roupa correndo e desci para falar com a minha mãe que provavelmente já tinha chego, queria sair dali precisava me afastar do Léo. Eu não sou viado meu, não sou, meu pai vai me matar cara, eu sei que vai matar eu e o Léo se ele ficar sabendo.

O Léo meu, tinha que ir pra longe dele.

Fazia muitos anos que eu não via meu Pai falávamos as vezes por telefone, sempre as mesmas perguntas, quem eu tava pegando, que tinha me ensinado a lutar pra acabar com a viadagem no mundo, minha mãe não deixava ele chegar perto, já sofremos muito por causa dele, quando tinha 8 anos minha mãe deixou ele depois que eu apanhei por causa do Léo, mas isso conto outra hora.

Encontrei minha mãe preparando o café.

- Mãe lembra daqueles lances de intercambio que tu me falou?

- Sei querido, mas achei que não estava interessado. - Ela me olhou de uma forma estranha. -

- Não sei mãe estou pensando, queria dar uma olhada, tava pensando em conhecer outro lugar estudar por ai.

- Humm, isso tá muito estranho Guilherme.

- Nada mãe, to precisando dar um tempo.

- Está me escondendo o que Guilherme? Falou com o Léo sobre isso?  Vão juntos??

- Não preciso do Léo para decidir as coisas mãe!!! – Gritei alto.....Ela ficou me olhando.... -

- O que aconteceu Guilherme? - Putz Guilherme .....mãe é foda. -

- Nada mãe....- Baixei a cabeça, fiquei com vergonha, nunca gritava com ela. -

- Deixa eu ver só, depois falamos......- minha mãe ficou quieta me olhando, ela sabia que tinha alguma coisa errada. -

- Está lá no meu quarto na escrivaninha. - me olhou séria -

Saí correndo direto pro quarto da minha mãe.

Lembro de poucas coisas depois disso, tudo tava embaralhado na minha cabeça. 

O avião pousava no aeroporto de Toronto no canada, e eu só conseguia me lembrar do Léo me olhando quando o carro saiu, lembro de nossa briga quando ele entrou no meu quarto, disse coisas horríveis para ele, chamei ele de viado, que ele tava tentando fazer essas coisas de bixa comigo, ele só chorava me pedindo perdão que ele estava bêbado e que não sabia o que estava fazendo.

 Eu não conseguia olhar pra ele sabia que se eu fizesse isso eu não conseguiria ir embora, precisava me afastar dele, para o nosso bem mandei ele embora aos gritos, quando ele saiu sentei na minha cama e chorei como um louco.

Léo por que tu fez isso cara?

Minha mãe ainda tentou conversar comigo, eu quebrava tudo no quarto tava desesperado, ela não sabia o que tinha acontecido só que tínhamos brigado e que eu queria sair dali ir embora, queria ficar longe do Léo.

Levamos quase um mês para eu conseguir toda a documentação. Nesse tempo deixei de ir a Faculdade, não queria ver ele, não queria ver ninguém. Já estávamos no início do semestre, eu iria perder dois semestres ficaria um ano fora estudando. 

Sabia que nada mais seria como antes. Mas não queria pensar nisso, seguiria a minha vida, não seria gay, não sou gay. Meu pai me mataria se soubesse que isso tinha acontecido comigo, era só isso que me vinha na cabeça, isso e a imagem do Léo chorando.

Quando meu Pai soube que eu queria viajar, ele me deu a maior força, apesar de não morar mais com a minha mãe as vezes falávamos por telefone, ele disse que era bom sair da saia da minha mãe, virar homem e tomar meu rumo, crescer. Minha mãe ficou, apavorada, não falava mais com meu pai a muitos anos, quando eles se separaram não foi calmamente, eu era pequeno tinha 8 anos, minha mãe era muito triste naquela época.

Desencontros - O outro lado do amorWhere stories live. Discover now