– Talvez podemos parar de falar sobre bailes por um tempo e apenas cavalgarmos, o que acham? – Meu pai pergunta, após ele mesmo selar os três cavalos.

– Pensei que cavalgaria no mesmo cavalo que você, amor. – Minha mãe balbuciou, formando em seus lábios um pequeno bico.

Era incrível o jeito que ela o convencia de fazer qualquer coisa.

– Me desculpe, pensei que queria seu próprio cavalo... – Ele sorrir confuso – Enfim, sabe que será muito melhor para mim se você vier comigo. – Ele lhe dar aquele olhar que só ela entendia.

Desvio o olhar dos dois e subo em meu cavalo. Trovão era um dos cavalos mais antigos do reino e pertencia ao meu pai, mas depois de tanto implorar, ele finalmente me deu de presente. Desde então, o bichano se tornou um grande amigo.

– Preparado? – Meu pai pergunta, após se acomodar em seu cavalo e ajudar minha mãe a subir no mesmo.

– Ainda pergunta? – Arqueio minhas sobrancelhas – Pensei que tivesse o convencido quando ganhei de você ontem na corrida.

Ele rir divertidamente.

– Pra deixar claro, eu que deixei você ganhar. – Agarro as rédeas com firmeza enquanto esboço um sorriso um tanto malicioso.

– Claro que deixou. – Digo sinicamente.

– Quer apostar mais uma vez? – Ele propõe.

– Tem certeza, pai? – O encaro com divertimento – Não quero que vossa majestade chore, pelo menos não na frente de sua amada.

Dessa vez, até minha mãe rir.

– O que acha disso, Marlee? – Ele pergunta à minha mãe, entrando no meu jogo – Acha que sou capaz de vencê-lo?

– Sou incapaz de opinar... Não posso escolher entre você e o nosso filho. – Ela sorrir – Sinto muito. Vocês terão que resolver sozinhos.

– Bom, tudo bem, eu aguento se perder. Mas e você? – Ele provoca.

– Vou ficar bem quando finalmente ganhar. – Deixo uma risada escapar – Pronto ou não?

– Já nasci pronto! – Ele diz com um olhar desafiador.

– Fui treinado pelo melhor, então, devo dizer que está no meu sangue. – Respondo com o mesmo tom desafiador e olho para a entrada à nossa frente.

Fecho os olhos por alguns segundos e logo volto a abri-los, me concentro na estrada e sem perder tempo, cutuco o trovão com a minha bota e sem pestanejar, o animal dispara em alta velocidade pela estrada de terra. Porém, o meu adversário não estava tão longe assim. Mesmo um pouco distante e com o barulho das patas do trovão soando contra a terra, eu podia ouvir as risadas da minha mãe.

– Se quiser ganhar, tem que ser mais rápido. – Grito alto o suficiente para que ele possa ouvir e aumento ainda mais o ritmo das cavalgadas.

A sensação era divina. O vento gelado batendo em seu rosto, o poder de liberdade, a sensação de estar no controle de algo... Era algo realmente maravilhoso.

– Está se distraindo? – Fico surpreso ao encontrar meu adversário ao meu lado.

– Jamais. Apenas lhe dando o gostinho da vitória. – Dou uma piscadela para minha mãe e me viro, correndo ainda mais rápido que ele.

E a sensação de vitória me preenche assim que ultrapasso os limites do castelo, grito vitorioso e vou diminuindo o ritmo aos pouco. Passo a mão contra a minha testa limpando qualquer requisito de suor e me viro, encontrando meu pai e minha mãe me observando.

O Herdeiro Kde žijí příběhy. Začni objevovat