Capítulo 12 - A espada

8.3K 1.1K 183
                                    


Varias casinhas de formato arredondado podiam ser vistas ao longo do campo. Cavalos pastavam na relva verde e cachorros corriam atrás de crianças enquanto os adultos transitavam pela área. Alguns deles tinham o corpo pintado de azul e carregavam espadas.

Lorena olhou para a trilha que descia até a pequena aldeia e começou a caminhar. O pássaro azul saiu de seu ombro e voou na frente. Quando chegou à aldeia, todos os olhos se voltaram para ela. Homens, mulheres e crianças pararam e fitaram a menina e a espada que carregava.

Ela parou no meio do caminho enquanto era rodeada por pessoas. Todos olhavam, mas ninguém se aproximava. Até que uma mulher ruiva e alta, com um colete de pele branca, calças de couro e uma espada abainhada na cintura veio em sua direção. Seu rosto era sério e seus cabelos alaranjados estavam presos.

Lorena queria sair correndo, mas sabia que não podia fazer isso. Então, ela apenas observou o rosto da mulher – sério, porém bonito –, esticando o rosto para cima à medida que ela se aproximava.

A ruiva parou em frente à criança, seus olhos passando pelo rosto dela e pela espada dourada.

- Você deve ser a Portadora. – a mulher disse. – Seja bem-vinda. Sou a irmã do rei.

- Seu irmão precisa da Espada Dourada? – Lorena perguntou, observando a expressão da mulher.

Ela sorriu e respondeu calmamente:

- Um espírito das águas um dia nos disse que nossa salvação dependia da Portadora da Espada. Ela apenas apareceria se cumprisse as missões que lhe foram dadas. Bem, parece que você conseguiu.

- Acho que sim. – Lorena deu de ombros.

A mulher sorriu novamente e estendeu a mão.

- Venha. Vou levá-la até o meu irmão.

A menina então acompanhou a mulher, passando por diversas casinhas da aldeia. Uma delas, com um cavalo baio pastando ao lado, era maior e cercada com troncos. Um homem ruivo estava parado na porta, observando atentamente as duas se aproximarem.

O rei também vestia um casaco de peles, calçava botas e levava uma espada na cintura. Seus olhos esverdeados brilharam ao ver Lorena.

- Uma criança... – a menina o ouviu dizer.

Lorena parou, e o rei deu três longos passos para frente. Em seguida se agachou, ficando mais ou menos da altura da menina. Ela viu uma pequena cicatriz em sua bochecha e sua barba ruiva já com tufos brancos. Espalhados pelos braços havia várias tatuagens azuis com linhas, espirais e desenho de animais.

- Você é o rei da tribo? – a menina perguntou, já sabendo a resposta. Mesmo se ninguém dissesse, ela saberia que aquele homem se tratava de um rei.

- Sim. – ele disse. – Sou o rei Brenus. Seja bem-vinda a minha tribo, pequena guerreira.

Lorena deu um sorrisinho e lhe estendeu a espada.

- A moça brilhante do Lago disse para entregar essa espada a você. – ela disse.

O rei Brenus pegou a espada com ambas as mãos, admirado e ao mesmo tempo assustado.

- É tão bonita. – ele sorriu, ficando de pé novamente. – Obrigado, menina. Você foi corajosa.

- Não foi tão ruim. – a menina disse. – O que essa espada faz?

Brenus a tirou da bainha, fazendo um ruído metálico.

- Diz a lenda que, qualquer líder que a tenha em mãos, sendo guerreiro ou não, torna-se invencível. – o rei explicou. – Mas ela não pode pertencer a ninguém. Poderei usá-la apenas por um dia, durante o ataque contra nossos inimigos.

Meu nome é LorenaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora