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Anteriormente:

Estava com a bebida na mão quando sinto alguém a aproximar-se, provavelmente mais uma pessoa qualquer porque o que aqui não falta são pessoas. No entanto, eu conhecia aquele cheiro.


Virei-me para a pessoa, no entanto não era quem eu pensava. Dirigi-me à beira da Mimi e fiquei lá sentada a beber o líquido que tinha no copo.

-Podemos falar agora?- quando ouvi aquela voz à beira do meu ouvido arrepiei-me por completo.

-Não é que me apeteça, mas vamos lá porque fica já tudo esclarecido.- sai do local onde estava juntamente com o André em direção à esplanada que estava mais calma.

-Fala rápido porque não está assim tanto calor cá fora.

-Pega- ele dá-me o seu casaco.

-Não é preciso- eu disse mas ele parece que nem ouviu.

-Eu não te trai, tu percebeste tudo mal.

-Está a chamar-me de burra?- digo sentando-me num dos sofás que lá tinha.

-Não é nada disso, aquela rapariga é filha da minha empregada.- desta vez senta-se ele no mesmo sofá eu estava.

-Ai é, então se é filha da empregada não é a empregada. Para de mentir André.- Digo virando-lhe as costas.

-Ela foi ajudar a mãe dela. A Conceição perguntou se podia levar a filha para a ajudar na limpeza porque ela tinha de sair mais cedo.

-Estás a falar a sério?- encaro-o.

-Claro. Eu amo-te mais que tudo. Tu és a única pessoa que eu quero que faça parte da minha vida, só tu me completas – eu virei a cara porque já estava a chorar- eu gosto mesmo de ti. Tenho saudades tuas, dos teus abraços, dos teus mimos, dos teus beijos, de te ter comigo. Eu pensei que vinha para Portugal para matar as saudades mas afinal fiquei com ainda mais saudades.

Sem dizer nada beijei-o, já tinha saudades daquilo, daquele beijo, daquele cheiro, simplesmente tinha saudades dele.

-Desculpa, eu amo-te- digo com a cabeça encostada no seu peito.

-Não faz mal, eu provavelmente reagiria da mesma maneira gata.

-Já tinha saudades de te ouvir chamar isso. Mas vamos para dentro senão eles ficam preocupados.- eu disse levantando-me.

-Espera- ele puxou-me o braço, o que me fez sentar de novo no sofá.

-O que foi?

-Vamos embora, quero matar as saudades.

-Estás a pensar em quê André Miguel?

-Vamos para o hotel onde eu estou, assim ficamos os dois mais sozinhos.

-Está bem.

-Mas eu quero-me rir um bocado por isso vamos gozar com eles. Tu vais primeiro e finges que estás irritada e que queres ir embora e eu vou a seguir e finjo que gozaste comigo e estou chateado.

-Afinal essa cabeça pensa.

-Beatriz, não digas isso. Vamos mas é para dentro.

Eu dirigi-me ao interior do bar e peguei na minha carteira.

-Onde vais?- a Mimi pergunta.

-Vou embora. Aquele André é um estúpido, estou farta dele. Eu vou a pé, pega a chaves do carro. Adeus.- Digo saindo rápido daquele sítio.

Parei no carro do André e ele não tardou em chegar. Dirigimo-nos ao hotel e quando ele chegou estacionou o carro na garagem.

-Queres alguma coisa? -André pergunta enquanto entramos no quarto.

-Não, eu estou bem. Aliás, preciso de tirar estes sapatos.

Mimi ON

-E tu deixaste-a ir sozinha embora? Ainda por cima com aqueles sapatos.- André Horta diz-me.

-Não te preocupes, eu conheço-a bem para saber que ela nunca iria a pé embora quando tem um carro à sua disposição. E aliás a casa dela é um bocado longe para ir a pé.

-E então? Eu já não estou é a perceber nada.

-Não viste que o André foi atrás?- ele assente- Então aí está, ela foi com ele.

-Agora já percebo. Mas tu vais para a casa dela, certo?

-Sim, porquê?

-Tens a chave para entrar?

-Ish, não tenho. Nem me lembrei. E agora? Eu não lhes quero interromper nada. - Coço a cabeça enquanto falo.

-Se quiseres, podes ficar na minha casa hoje.- O Horta sugere.

-Deixa lá, eu não quero incomodar.

-Não incomodas nada. Se não quiseres ficar lá vais ter de incomodar a Bia e aí sim, incomodas mesmo- ambos demos uma gargalhada.

-Então podemos ir agora? É que já está a ficar tarde.

-Claro.

Fui a conduzir o carro da Bia até casa do Horta. Quando lá chegamos ele foi arranjar uma camisola dele para eu dormir mais confortável. Depois de eu vestir a camisola no quarto onde ele me indicou sentamo-nos no sofá a comer qualquer coisa e a conversar.


Tudo começou com um piropo| André Silva ✔Where stories live. Discover now