- Capítulo Onze -

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O TORNEIO ANIMALE

Luiz e Kiara despertaram com o rufo dos tambores e o som das cornetas, que anunciavam o início do torneio Animale.

— Kiara! Estamos atrasados — disse Luiz exasperado, saltando da cama.

Kiara saltou da cama e começou a andar de um lado a outro, sem saber o que fazer.

— ACALMEM-SE! — gritou Anakim. — Eu já providenciei tudo. De fato, estariam atrasados se o rei e os membros do conselho não tivessem. O barulho que vocês ouviram foi para avisar que o povo estava entrando na arena — explicou ele, enquanto segurava a belíssima armadura com que a Mãe Verde havia presenteado Kiara. — Kiara, aqui está a sua armadura, faça bom uso dela — falou Anakim com um sorriso sereno estampado no rosto.

Luiz apanhou a armadura da mão de Anakim e vestiu-a em Kiara. A armadura feita com ouro envelhecido e prata se ajustou perfeitamente nela.

— Princesa, você está linda! — disse Luiz sorrindo admirado.

— Não chegaremos a tempo, mesmo indo com Vizir — lembrou Luiz.

— A família real saiu tem pouco tempo, pois eu vi as carruagens reais saindo — disse Anakim sorrindo como se estivesse aprontado algo. — Mas agradeçam aos deuses por vocês serem amigos de um duende como eu. E a mim, por gostar muito de vocês.

— Own! Nós também gostamos muito de você — disse Luiz dando um forte abraço em Anakim, enquanto Kiara lambia o rosto do duende.

— Hora da mágica! — balbuciou Anakim sorrindo e estalando os dedos.

Em seguida, eles viajaram por um túnel de luz de cor verde, e em um piscar de olhos eles já estavam na entrada da arena, junto aos outros guerreiros.

— Minha companhia termina aqui — disse Anakim.

— Você não vai nos assistir? — questionou Kiara surpresa.

— Não, minha querida. Nós, seres da floresta, preferimos ficar escondidos, sem que os seres humanos nos vejam. É mais seguro. Lembrem-se sempre, somente os puros de coração e os que amam os animais e os respeitam têm a dádiva de interagir com os seres mágicos da floresta — explicou Anakim com lágrimas nos olhos.

Os outros guerreiros faziam chacota e riam pelas costas de Luiz e Kiara, ao ver os dois falando com Anakim, pois como não podiam vê-lo, parecia que eles estavam falando sozinhos.

— Agora vão e mostrem para eles o quanto vocês são bons — disse Anakim num tom firme.

— Obrigado por tudo, meu amigo — balbuciou Luiz abraçando Anakim novamente.

— Vença este torneio e traga a vitória para nós, os seres da floresta, meu amigo — Anakim retribuiu o abraço com lágrimas nos olhos. Sorrindo e num estalar de dedos, ele desapareceu.

Luiz e Kiara caminharam para a formação da fila de guerreiros.

O frio tomava conta da barriga de Luiz e de Kiara. O nervosismo aflorava neles a ponto de deixá-los tremendo. O dia estava lindo, o sol brilhava intensamente. A neve do chão estava fina, porém um fenômeno inexplicável acontecia. Desde quando Luiz decifrou a profecia, uma belíssima aurora boreal tomou conta do céu. Embora estivesse com sol e sem neve, a aurora boreal imperava com suas variadas cores dançando no céu.

Luiz e Kiara eram os sextos na formação. A família real chegou em suas imponentes e belas carruagens. Após descerem, as trombetas, os clarins e os trompetes soaram. O povo ficou de pé e em silêncio. O rei Crésus adentrou o centro da arena liderando o príncipe, a princesa e o conselho.

Luiz Asaf e o Elo AnimaliumWhere stories live. Discover now