— Cuidado com este vestido Geórgia, pelo amor de Deus. - minha mãe dizia pela sétima ou oitava vez naquela noite a caminho do palácio.
— Ta bom, mãe. Eu já entendi. - disse rolando os olhos.
— Eu sei que sim, mas do jeito que tu eres desastrada, falar não adianta nada. Temos que devolvê-lo amanhã à tarde. - meu pai apenas escutava a conversa, ele não era o tipo que se metia nas conversas das outras pessoas, principalmente nas da minha mãe.
Estava usando um dos vestidos mais bem feito que eu jamais teria. Seu tecido é cetim, rosa claro. Era básico, mas só que elegante. O vestido de minha mãe também era alugado, e ela usava um amarelo claro, até as tornozeleiras, igual o meu. Ela também usava um lenço em volta do pescoço da mesma cor.
Assim que chegamos a carruagem parou. Com a ajuda de meu pai, que desceu primeiro, peguei na sua mão e desci atrás.
— Poderia ficar animada pelo menos. - minha mãe cochichou em meu ouvido assim que caminhávamos para dentro do lugar.
— Vou ficar sem fazer nada até acabar, não estou animada.
— Louise não vem?
— Não.
— Por que? - lembrei do motivo por ela não querer aparecer em nenhuma festa da realeza, por mais que ela amaria vir. Até eu ficaria constrangida.
— Dor de cabeça. - dei de ombro. Queria muito contar para a minha mãe, mas prometi para Louise que não contaria e também minha mãe iria começar a olhar estranho para ela, como eu também olho às vezes por lembrar o que ela fez.
Andamos em direção ao palácio, eu não queria estar ali mas o lugar era maravilhoso de lindo.
Assim que entramos no salão, as pessoas que conhecíamos vieram nos cumprimentar assim que passávamos por elas.Centenas de funcionários rodavam o salão, segurando as mais finas taças feitas de cristal, distribuindo o verdadeiro e melhor champagne e vinho do mundo. O lugar estava rodeado de flores, até as escadas em frente à entrada, que só quem tinha acesso poderia subir, estavam decotadas. O tão esperado baile começou e estava sendo dado em homenagem ao único filho do rei Trump e da rainha Margarete, que estavam ali na minha frente, sentados e sorrindo, conversando com algumas pessoas que eu não conhecia. Seu filho Adam atingiria a maioridade em 2 dias. Mas como minha mãe tinha me dito antes de sairmos de casa, era que esse não era o real motivo pelo baile. O real motivo era que ele estava procurando por uma noiva para se casar, como diziam os boatos. Mas no fundo todo mundo sabe que é mentira, apenas boatos, já que sua fama de rebelde era grande.
— Serão sete dias visitando o palácio até achar uma bela esposa para se apaixonar. - minha mãe disse assim que arrumava meu cabelo. Sete dias repletos de jantares formais, bailes, óperas, espetáculos de fogos de artifícios e ceias com as famílias mais nobres do mundo todo.
Menos a minha.Nós éramos humildes, nem muito pobres e nem muito ricos. Meu pai trabalhava para o Lorde Montez. Até poderia pensar que esse seria o motivo de sermos convidados, mas também tem o meu o irmão, que é um dos soldados do exército Gamelha. O pequeno País de onde moro.
Alguns casais dançavam com a música que a orquestra tocava. Já haviamos comprimentado todos que conhecíamos e meus pais resolveram dançar um pouco, eu por outro lado, decidi ir ao jardim, era o lugar que eu mais gostava e também não me sentia confortável sozinha na mesa.
Assim que fui me levantar da cadeira, algo esbarrou em mim sujando a parte de baixo do meu vestido de vinho. A moça que mantinha a bandeja nas mãos parecia mais desesperada que eu. Eu só estava aliviada por não ter feito um enorme barulho e todas aquelas pessoas virarem para mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sete Noites
Historical FictionEm meio século XIX. O príncipe chega a maioridade. E para festejar, o Rei e a Rainha decidam comemorar durante uma semana. Mas o que ninguém sabe, é que, essa comemoração seria para encontrar uma esposa para o próximo herdeiro do trono. Uma morador...