Let me sink number eight

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Passamos a noite passada nos embebedando com cerveja velha, e na manhã seguinte eu acordei como se uma bola de demolição atingisse minha cabeça. Tudo ao meu redor girava, minha cabeça pesava, e eu acho que passei uns vinte minutos tentando me levantar e ir embora antes que Benedict acordasse, em vão. Senti seus braços pesados e grandes se mexerem me apertando mais contra ele, ele suspirou e beijou minha bochecha de leve.

- Bom dia. – ele murmurou.

Eu me virei para ele.

- Bom dia. – disse sorrindo.

- Ressaca?

- Sim!

Eu ri, suspirei e me sentei na cama olhando-o seriamente.

- Eu preciso ir. – constatei.

- Porque?

- Kansas precisa comer! – exclamei, rindo de sua expressão.

Ele levou uma mão até minha cabeça, eu tinha a leve impressão de que sua mão conseguia implicar meu rosto todo.

- Mas eu também preciso de você.

Eu revirei os olhos.

- Benny!

Ele gargalhou e me puxou até que nossos lábios se encontraram, resultando em um beijo suave antes de virarem pequenos selinhos. Eu me levantei, troquei a camiseta que pertencia à Benedict por minhas roupas usuais e saí perambulando pela casa dele à procura do local onde eu havia largado minha bolsa, com Benedict em meu encalço. Era até engraçado pois Benedict tagarelava coisas que eu não ouvia pois estava ocupada, e ele sabia que eu não estava escutando e continuava falando. Quando eu finalmente achei todas as minhas coisas, virei-me de frente para ele, deslizei minhas mãos por seu pescoço até sua nuca o trazendo para mim, beijando-o lentamente quando ele me puxou fazendo-me pisar em cima de seus pés, o que foi bem engraçado, considerando o fato de que eu era muito menor do que ele. Me acompanhou até a porta de sua casa, me dando um último leve beijo.

Passei em casa rapidamente para dar comida ao Kansas como havia dito à Benedict, mas eu não queria realmente ficar em casa e nem com Benedict, então decidi levar Kansas para um passei em um parque ali perto, não tivemos de andar muito até o local e eu o deixei solto, Kansas sempre voltava para mim não importa o quanto tempo ficasse fora. Sentei-me em um dos bancos que ali haviam e observei as várias crianças que brincavam em um lugar de areia onde montavam castelos e as mais diversas figuras.

- Você se importa se eu sentar aqui?

Eu levantei o olhar até um homem de estatura baixa, meio cheinho, loiro com um sorriso amigável, sorri de volta e balancei a cabeça assentindo que não.

- Não, tudo bem.

Se fossem semanas atrás eu me incomodaria, sim.

- Você mora por aqui? – ele perguntou.

- Sim, moro sim. – respondi abrindo um sorriso amigável. – E você?

- Eu também. – ele riu. – Aliás, me chamo Martin, Martin Freeman.

- Sou Charlotte Moore.

- Algum deles é seu?

Eu o olhei e ele apontou com o queixo para as crianças que brincavam na areia, eu ri baixo.

- Ah, não, não. – sacudi a cabeça. – Tenho um gato.

Ele riu.

- É, você parece nova de mais para ter um filho.

- Vou aceitar como um elogio!

- Mas foi, com certeza!

Ambos rimos, ele era engraçado e eu sentia vontade de rir só de olhar para sua carinha amassada.

- E você? Tem algum filho? – perguntei descontraída.

- Não. – ele riu. – Não gosto de crianças.

- Eu mal gosto de humanos! – exclamei. – Imagina miniatura deles!

Ele riu alto.

- Você é engraçada.

- Você também.

Kansas veio caminhando até perto de mim e se esfregou em minha perna, eu o peguei no colo e me virei de volta para Martin.

- Martin, esse é Kansas, diga oi Kansas. – eu o fiz acenar com a patinha.

Ele gargalhou.

- Olá Kansas.

Martin passou as mãos nos pelos gigantescos de Kansas.

- Então... eu acho que já vou indo. – eu sorri.

- Ah, tudo bem.

- Até mais.

Comecei a andar em direção à minha casa quando o ouvi. 

- Espera! - me virei para ele. - Me passa seu telefone... talvez a gente possa tomar um café qualquer dia desses. 

Assenti e anotei meu celular em um pequeno pedaço de papel, acenei para ele e voltei a andar de volta para casa, o clima de primavera na Inglaterra não era quente nem muito frio, o suficiente para se sentir o cheiro de chuva na terra mas não era o suficiente para as chuvas inglesas, o que me deixava feliz pois aquelas chuvas torrenciais sempre me deprimiam, observando o sol do meio dia colocar-se bem acima de nós brilhando tão forte como luzes de neon. Quando cheguei em casa, coloquei algumas roupas, Kansas e sua ração no banco de trás do carro e comecei a dirigir de volta para a casa de Benedict, eu estava completamente desligada do que fazia enquanto dirigia, eu não sei porque mas me sentia mal e suja, sentia náusea e algo apertava meu peito, eu me sentia angustiada e agoniada, até que ouvi um barulho muito alto como uma buzina, olhei para o lugar de onde vinha o barulho e vi uma luz branca e muito grande, como o farol de um caminhão. 

Let Me SinkWhere stories live. Discover now