Com A Corda No Pescoço

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A corda no pescoço

Filho me perdoe
Não vou ser o papai noel
Esta ano não foi um bom homem
Até tentei trabalhar direito
Mas a crise do governo
Acabou com o sistema finaceiro
E fiquei sem emprego
Dava para pagar as contas no começo
Tinha guardado um bom dinheiro
Achei que a gente não passaria aperto
Mais aí começaram os aumentos
Os tributos, os impostos, os juros
O país inteiro se afundando
é só os político tinha lucro
Confesso que fique maluco
De ver tantos  absurdos
No preço do leite e do feijão
Gasolina e do gás de fogão
Nas mensalidades as compra de casa
E o dinheiro foi embora como agua
Juro que eu tentei me controla
Muita coisa tive até que vender
Para não falta nada a você
Principalmente para estuda
Que era o que mais gostava de fazer
Voce não sabe o orgulho que tenho
das boas notas que me traz
Ja que quase não te vejo mais
Sua mãe me trocou por outro rapaz
Formando em medicina
E carreira certa na politica
Comprada a base de proprina
Para lhe oferece melhores condições
Que eu não jamais poderia
Até entendo ela e a sua cobiça
pois havia dias faltava até papel higiênico
Que vergonha que eu tenho
Mas eu sempre me virava
Trabalhava como burro de carga
Numa obra super faturada
De uma escola mal planejada
Que duvido que será inaugurada
E catava latinhas depois da lida
para ajuda a completa a renda
A colocar em casa comida
Filho queria ser pra você exemplo
Sempre foi honesto e não arrependo
Mas agora sozinho olhando o piso tricado
Num simples cômodo alugado
com parede rachada e  telhado quebrado
Vendo pela pequena televisão
sua mãe o rapaz e você
Numa cerimônia de posse no planalto
Minhas lágrimas cairam chão
quando via sua alegria
Parecia que eu não existia
Entao escrevi esta carta
So não deixei assinada
Porque a corda meu pescoço
Ficou muito apertada

Gilson Gonçalves

Universo poético Where stories live. Discover now