O Guardião da Floresta

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A floresta de Haul, um dos mais antigos e belos presentes da mãe natureza. Um lugar onde árvores ancestrais cresceram e continuavam a envelhecer junto à humanidade. Mas também, uma floresta circundada por uma lenda. Contam as histórias que inúmeros guerreiros que passaram por este território, enfrentaram a ira de um grande guardião, selvagem e hábil, o guardião Haul. Um oponente imortal, fadado a lutar com todos que o desafiavam, até que um dia seja vencido.

Uma mulher com um longo vestido corria desesperadamente pela fechada floresta. Raios de luz cortavam as árvores e deixavam o ambiente com uma iluminação amarelada, tranquila. A moça gritava para o nada, suplicando por ajuda.

– Por favor, apareça guardião! – disse ela.

Ficou imóvel, procurando ao redor por alguém, alguém que ela sabia que poderia existir.

– Por favor – falou em lágrimas –, eu preciso da sua ajuda.

Saia daqui. Tal voz ecoou entre as árvores.

– Então era verdade, uma mulher disse que eu o encontraria aqui e que você poderia me ajudar. Por favor!

Saia da minha floresta.

A mulher se ajoelhou no chão e mais lágrimas escorreram de seus olhos.

– Por favor, por favor, por favor... – dizia ela, irritantemente.

Súbito, ela viu a silhueta do que parecia ser um homem de pé em um galho no alto de uma árvore. A dourada luz contra ele formava uma sombra gigantesca as suas costas. Ele pulou dali e aterrissou em frente à mulher, flexionando os joelhos. Ao ajustar a postura, ela viu que se tratava de um humano, ou quase, pois os traços do rosto remetiam a de um macaco. Ele usava roupas simples, carregava um bastão de madeira e trajava uma capa azul.

– Você... – disse a mulher, confusa – por que você usa uma capa?

O macaco hesitou em responder.

– Vá embora, humana!

– Não, por favor, eu preciso de sua ajuda – disse, escondendo o rosto com as mãos.

O macaco suspirou.

– Certo... de acordo com o protocolo número 032, eu devo ajudar uma humana em lágrimas.

– Sério? – disse ela, esperançosa.

– Não, dá o fora.

A mulher se levantou e tirou das dobras de seu vestido um anel de prata.

– Aqui – segurou o anel –, ela me disse que você me ajudaria se eu te mostrasse isso.

Os olhos do homem se arregalaram. No interior do item estava escrito HM.

– Ela quem? – disse ele.

– Uma mulher.

– Como ela era?

– Eu não sei, estava vestindo um robe largo, escondendo o rosto.

– O que você quer?

– Você tem que ajudar o meu marido. Nós estávamos andando de mãos dadas em um lindo pântano, quando Paul teve que ir ao banheiro.

– Paul?

– O meu marido. Ele entrou em um pequeno banheiro que nós achamos lá, mas ele não saiu mais, ficou lá dentro.

– Um banheiro? – perguntou o macaco.

– Sim.

– No pântano?

O Guardião da FlorestaWhere stories live. Discover now