Prólogo

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02 de Setembro de 1997 – Orfanato de Seul

No dia seguinte,  chego no orfanato ainda dormindo. Não demora muito para eu acordar e  quando acontece, avisto dois olhos largos me olhando intensamente. Me  mexo para lá e para cá, quero sair desta manta. A luz do dia, que bate  nas vidraças, as quais cobrem toda a parede dando visão completa do  campo lá fora, praticamente me deixa cego. Estou quase a chorar  quando minhas mãozinhas são conduzidas para esquerda e direita me  deixando atento. O garotinho de olhos largos brinca comigo, sinto uma  vontade repentina de rir.

A mulher vestida de branco se  aproxima do menino o fazendo parar. Eu não quero que ela o faça se  afastar de mim, quero que ele continue a brincar comigo. O garotinho se  afasta um pouco, permanecendo em pé, me observando ser levado para outro  canto.

Ela retira minha roupa. Acho que irei ser banhado, da mesma forma que a doutora fez quando eu estava no hospital ontem.

– Este aqui é o JK. Está vendo, V?

Quando  ela abre a boca, seus dentes brancos aparecem formando um sorriso de  satisfação nos lábios. Me sinto confortável. Ela retirou minha roupa com  muito cuidado. Suas mãos são delicadas quando me tocam.

– Por que eu tenho uma só letra e ele tem duas?

O garotinho que havia brincado comigo, agora, sobe em uma cadeira para me olhar tomar banho.

– Porque na época em que você chegou aqui, colocávamos uma só letra nos bebês.

Eu estou sendo lavado. A água é morna, o que me deixa muito sonolento. Acabei de acordar, mas quero dormir o tempo todo.

Desejo voltar para minha manta de seda azul para que eu possa dormir novamente.

– Que legal! Ele vai morar conosco?

Eu olho para o garoto, ele está sorrindo para a mulher que me banha.

– Sim! Você gostou dele?

O  garotinho assente várias vezes com a cabeça. Parece que realmente gosta  de mim. Eu abano meus bracinhos na água que molha o grande avental  branco da mulher. Ela se afasta um pouco, rindo. O garotinho ri também.  Ele é bem maior do que eu, provavelmente deve ser 2 anos mais velho.  Quero brincar com ele. Abano meus bracinhos mais uma vez, o que o faz  gargalhar. Ele parece ser a criança mais feliz do mundo.

Sou  retirado da banheira pela mulher que cuidadosamente seca meu corpinho.  Diferente da doutora, ela passa talco e pomada em minha pele. Logo em  seguida me veste delicadamente, sinto meus pequenos pulsos serem  envolvidos por uma pulseira escrita "JK".

Já não sinto falta da minha manta de seda azul.

O  garotinho desce rapidamente da cadeira quando a mulher carinhosa se  afasta de mim, e corre para onde estou deitado. Ele agarra minhas  mãozinhas, tornando a brincar comigo. Me balança novamente de um lado  para o outro.

– Oi, bebêzinho. – diz, fazendo careta para mim.

Sorrio para ele.

Seus  olhos se fecham e seus dentinhos totalmente a mostra me fazem notar a  alegria em seu rosto com o magnifico sorriso que se forma em seus  lábios.

Como se não bastasse ele me receber de forma tão agradável  no orfanato, seus olhos tem um brilho protetor que me deixa à  vontade. É um garotinho lindo.

E eu quero brincar com ele para sempre.

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⏰ Last updated: Jan 22 ⏰

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