Uma parte da artista, no entanto, se incomodava com o fato de não poder controlar seus acessos criativos, sua inspiração, e como medida compensatória, controlava outros elementos de sua vida. Suas relações mais próximas, por exemplo. Era com sua mãe e seus melhores amigos que ela se forçava a ser menos despachada e mais compreensiva. Afinal, entendia que todos precisavam de um porto seguro, e eles eram aquilo para ela.
14 de Março de 2015, 8h34, campus da Universidade.
- Bom dia! – Sabrina saudou, ao avistar os amigos aproveitando os primeiros indícios de sol do dia, no gramado central da Universidade. Todos os prédios com salas de aula, dormitórios, e escritórios administrativos ficavam aos arredores, de forma que a movimentação de pessoas ali era intensa. Mas, sendo tão grande, o pedaço de verde fofo costumava abrigar os alunos confortavelmente.
- Só se for pra você, Hermione. Eu tenho aula com aquele fascista babaca no primeiro horário e minha vontade de viver já ficou em casa. – Hugo murmurou, cobrindo os olhos escuros com a mão para poder olhar a loira.
- Você mal saiu da cama, homem, um pouco mais de paciência. – ela repreendeu, rindo. Jogou a mochila por ali e se sentou de costas para onde o sol nascia. – E você, Mariah, qual a loucura do dia?
- Hoje eu começo minha eletiva. – a morena comentou, o rosto inclinado para trás curtindo os raios fracos que a atingiam. – Existem boatos de que a professora é lésbica, eu queria testar essa teoria.
- Mas você não fica com mulheres. – Sabrina observou, a testa franzida.
- Eu sei. – deu de ombros, e os três riram de sua insanidade. – Mas, por algum motivo, foi isso que me fez decidir por arquitetura e não por curso de línguas de esloveno.
- Será que algum dia ela vai passar a fazer sentido? – a loira perguntou retoricamente.
- Eu duvido muito. – Hugo respondeu, pressionando os lábios em conformidade.
- Vocês ainda têm um ano e meio de faculdade pela frente para se acostumarem.
- Se em cinco semestres isso não aconteceu, eu acho difícil. - Sabrina observou.
- Então aceitem que dói menos.
Rindo mais uma vez, eles se levantaram, agora que faltava menos de dez minutos para o sinal bater e se despediram, indo cada um para sua sala.
14 de Março de 2015, 9h04, Sala 1004.
- Bom dia, sala, meu nome é Rosa e eu vou lecionar Construção Visionária para vocês. - a professora ditou ao entrar na sala ajeitando seus óculos vermelhos modernos no rosto fino. Os alunos foram se calando progressivamente enquanto ela deixava a bolsa sobre a mesa que lhe era designada e escrevia na lousa seu título e a matéria. - Nossa aula tratará sobre organização de espaço físico e design de miniaturas e acontecerá duas vezes por semana nesta mesma sala. Para começar, vamos discutir os diversos tipos de representação de modelos, primariamente as maquetes.
- Ei. – Mariah chamou a atenção do homem sentado ao seu lado. Ele estava concentrado naquele jogo de números, 2048, no celular e não escutou. Ela então arrancou um pedacinho da folha do caderno e jogou nele, pegando bem na tela do aparelho. Levando um pequeno susto, ele levantou o olhar para ela. – Oi.
- Oi. – ele parecia confuso, sem entender o que ela queria.
– Você acha que ela é lésbica?
O garoto franziu a testa, a encarando com dúvida e um pouco de diversão. Então observou alguns segundos a professora, que tinha o cabelo muito curto e muito grisalho, e gesticulava excessivamente para as alunas sentadas nas primeiras fileiras.
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[Degustação] Amigos com Benefícios
RomanceCollege Friends to Lovers | Medium Burn | Opposites Attract | Forbbiden Love Marcos tem um grande segredo, mas está completamente encantando com o jeito espontâneo e louco de Mariah. Ela, por sua vez, está precisando de um amigo, já que Sabrina e Hu...
CAPÍTULO 1
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