— O negócio sempre é bom, mas ninguém mais quer ser garçonete!

— Eu poderia ajudar no período em que estivermos aqui — ofereceu-se depois de um momento de hesitação.

Não era exatamente o emprego de seus sonhos, mas um trabalho mesmo assim. E talvez em um mês ou dois pudesse guardar dinheiro suficiente para voltarem a Nova York.

Poppy deu de ombros.

— Fique à vontade. Seria útil a ajuda.

— Eu poderia trabalhar lá também — palpitou Gretchen. — Papai eu costumávamos sempre comer no restaurante em Nova York.

— Não, bebê, se eu trabalhar no restaurante, encontraremos uma babá para você — respondeu-lhe o pai.

— Ela poderá ficar aqui comigo enquanto você estiver no restaurante — falou Poppy. — Eu já não vou muito para lá. Tenho a gerente para cuidar do dia-a-dia do negócio.

Harry quis protestar ante o arranjo. Não queria que Gretchen se subjugasse à fria indiferença de Poppy, aos períodos de silêncio que o haviam afastado do avô.

Mas como poderia se mostrar contrário àquela rotina se dissera ter retornado justamente para dar a Poppy e Gretchen a oportunidade de passarem algum tempo juntos?

Além do mais, sem ter de pagar uma babá, conseguiria guardar mais dinheiro para partir. De qualquer maneira, seria interessante ver o que duraria mais: o sorriso eternamente animado de Gretchen ou a carranca taciturna de Poppy.

— Poppy, eu poderia ajudá-lo a construir a casa de cachorro de Linda? — Gretchen perguntou.

— E talvez possamos pintá-la de vermelho. Acho que Linda gostaria de ter uma casa vermelha.

— Não é preciso pintar uma casa de cachorro.

Gretchen encarou o bisavô soberbamente, então fez um gesto de concordância.

— Tem razão. Linda gostará de uma casa de madeira também.

Poppy fitou-a por um longo momento, então murmurou alguma coisa inaudível. Em minutos todos terminaram de comer.

— Gretchen, vá trocar de roupa — orientou o pai ao começar a tirar os pratos da mesa.

— Talvez você queira levar a menina para o velho galinheiro. Há coelhos lá — Poppy falou quando a bisneta saiu em direção ao quarto.

— O nome dela é Gretchen — Harry respondeu de modo tenso.

— Sei disto — murmurou de volta, enchendo a pia de água com sabão.

— Gretchen Anne Styles. O Anne é em homenagem a mamãe.

Esperou que ele dissesse algo, qualquer coisa, mas como sempre, Poppy permaneceu em silêncio.

— Terminarei as coisas por aqui — disse ele finalmente, quando havia apenas uns poucos pratos a serem secados e guardados.

— Está bem. Irei trocar de roupa e levarei Gretchen para um passeio pela fazenda.

Secou as mãos no pano de pratos, deixou a cozinha e subiu a escada rumo a seu quarto.

Gretchen estava lá. Vestira calça jeans e uma camiseta cor-de-rosa. Estava em pé observando fotografias remanescentes do passado de Harry.

— O que é isto, papai? — Gretchen indagou, apontando para um arranjo de flores secas.

— Um buquê — respondeu ao vestir calça jeans e uma camiseta.

Um novo amanhã l.sWhere stories live. Discover now