Tentando Compreende-la

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Passou-se alguns dias e ainda era possível notar que Cristina estava diferente, também, depois de tudo que havia acontecido, até eu havia mudado um pouco.

Nossos dias na escola não eram mais os mesmos e ambas haviam mudado com tudo aquilo.

Engraçado como um pequeno erro, um simples escorregão pode alterar toda uma situação, mudar até mesmo todo um sentimento.

Com o tempo aquele clima que estava entre nos duas, de alguma forma estava a afetar todo o clima entre minhas amigas, era notável a tristeza em meu rosto, mesmo com toda aquela mensagem que ela me mandou dizendo que me perdoava.

Lembro-me que Rafaela tinha o costume de perguntar como estávamos, se estávamos bem ou se ainda havia algo, em nosso meio que nos atrapalhava a dar continuidade naquele sentimento novo.

Após inúmeras conversas com ela (Rafaela), ela se ofereceu para conversar com Cristina também e ver se descobria algum jeito de retomar as coisas como eram no começo.

Onde havia esperança, amor e confiança.

O problema era que as duas não se falavam com costume, normalmente era apenas um "Oi, tudo bem?" isso resumia suas conversas rotineiras.

Então Rafaela conseguiu a confiança de Cris e as duas ficaram bem próximas, onde as duas se sentiam a vontade para tratar de todo e qualquer assunto.

E sim, eu também poderia ser o assunto do dia delas.

O problema e que nunca soube esperar, não tenho esse costume para algumas coisas, principalmente se são coisas que estão ao meu alcance e de fácil resolução.

Então em um dia comum de aula, mandei mensagem para Cris dizendo que queria conversar com ela a sós, antes de irmos embora e ela disse que tudo bem que estaria me esperando no pátio da escola para conversarmos.

Dado o horário de irmos embora, disse a minhas amigas que podiam ir embora sem mim, porque iria ficar para tentar compreender o pensamento de Cristina e se eu deveria continuar e tentar algo com ela.

Me desejaram sorte e assim partiram, não demorou muito e lá estava ela com suas amigas e sua irmã (que por um acaso era sua irmã gêmea, só que não idênticas).

Fomos para um canto onde pudéssemos conversar à vontade, fomos para o final do pátio sentando em um dos bancos que ali tinha.

Me aproximei dela e disse:

— Me diz, você ainda está chateada não está? Você pode até negar mas é isso que suas atitudes diz, mesmo não percebendo.
Estamos mudadas uma com a outra e sabe disso, pensei que nosso trato era esquecer toda essa história e darmos continuidade ao que tínhamos quase que no começo do ano.
Me fala o que preciso fazer pra voltarmos a ser o que eramos e melhor, para ficar um clima agradável não só para nos duas, mas para quem de uma certa forma está envolvido nisso tudo. (Falando aqui de nossas amigas, que nos acompanhavam desde o começo).

Então ela me responde:

— Não sei Cíntia, é difícil de entender algumas coisas que vem acontecendo e você sabe que não estou pronta para certas mudanças em minha vida. Gosto de você e disso não tenho dúvidas, mas não é tão fácil assim de esquecermos algo que nos machucou e não foi pouco.

Como sempre sem saber esperar o que viria logo após, lhe interrompi e perguntei:

— Você me ama? Seja sincera e direta por favor

— Sim eu te amo! disse ela com um brilho no olhar que sempre mexeu comigo, incrível.

— Então por que ficarmos assim? Tão distantes uma da outra, como se não nos conhecêssemos, fica comigo e entenda que pode confiar em mim e isso nunca deixei de provar para você.
Eu te amo e quero muito que você esqueça tudo que aconteceu e a gente consiga ter um algo mais.

Não satisfeita com essas palavras ainda complementei dizendo:

— Cris namora comigo e vai ver que valeu a pena tentarmos e esquecer o que ficou para trás!

Ela sorriu mas não foi um sorriso de felicidade e sim de "não vai ser agora"

Ela olhou nos meus olhos e disse:

— Me desculpa, mas não estou pronta pra isso. Preciso de um tempo para decidir o que eu quero. Disse ela querendo se despedir e ir embora.

Aceitei sua resposta mas com a consciência de que não era só isso, tinha um algo a mais ali que ela não queria me contar, mas que logo viria a tona e esperava que não doesse tanto o real motivo de sua resposta.

Para minha surpresa e de uma certa forma felicidade, Rafaela estava lá fora me esperando.

Me abraçou forte e disse pra mim ficar bem e que tudo logo acabaria, nos despedimos e fomos embora.

Dois dias depois, estava eu em casa em um pleno sábado sem fazer nada além de ficar nas redes sociais como de costume, Rafaela havia me chamado para conversarmos e perguntou se eu estava sozinha, pois, o que ela iria mostrar devia ficar entre nos duas e eu poderia não me agradar com o que veria.

Disse a ela que estava sozinha e que estava pronta para o que poderia ali mesmo me magoar ou não.

Um amor proibidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora