Capítulo 1 - Primeira Noite

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A noite estava fresca e graciosa. As ruas pouco movimentadas davam uma deliciosa sensação de solidão. Dois homens altos e não muito corpulentos andavam em seus ternos bem alinhados, carregando pastas de escritório em suas mãos rumo a uma boate muito agitada no auge da noite. Um deles era moreno, de olhos bem escuros como as trevas dos becos sem iluminação, tinha os lábios cheios e um andar sensual. O outro era loiro, um pouco mais alto, pele muito alva, parecia nervoso, olhando para todos os lados, inseguro.

O moreno atravessou a porta, seguido de perto pelo loiro. A música estava alta e as luzes piscavam loucamente.

– Yusuke – o loiro puxou o braço do amigo, fazendo-o virar para encará-lo – Não foi uma boa ideia vir até aqui. Eu vou embora.

– Souji! Só por hoje, você vai esquecer que é você, ta? Hoje, você vai se jogar na noite e que se danem as consequências, ta?

O loiro mordeu o lábio inferior, ainda hesitante, mas não teve tempo de contestar, foi sendo puxado pelo mais velho pela escada que levava ao andar superior. Lá embaixo, as pessoas dançavam animadamente. Souji parou, olhando-as. Aquele lugar o asfixiava.

– Oi Yusuke – uma moça de cabelos loiros abraçou o moreno por trás e beijou-lhe o pescoço sensualmente, fazendo-o sorrir.

– Oi Marina – ele respondeu ofegante, fechando os olhos.

– Teve reunião hoje, teve? – ela falou manhosa no ouvido dele, afrouxando o nó de sua gravata e retirando a pasta de sua mão.

– Tive sim. Foi um dia bem difícil – ele sussurrou, sentindo as mãos dela massageando seus ombros.

– Estou vendo. Vai me dar trabalho hoje – ela deslizou a mão pelo peito dele, fazendo-o estremecer e soltar um gemido de prazer.

– A Selina está aí? – ele perguntou, ainda deliciado pelas carícias que recebia, mas a garota parou de tocá-lo no mesmo segundo.

– Vai dispensar meus serviços? – ela perguntou e seu tom de voz era magoado.

Yusuke deu risada e virou-se para encará-la, puxou sua cintura, mas Marina desviou o rosto. O moreno beijou o pescoço da garota, fazendo-a suspirar.

– Dispensar você? – ele sussurrou em seu ouvido. – Mas é claro que não, meu amor. Eu trouxe meu amigo – ele indicou Souji com a cabeça – e ele está precisando de seus melhores serviços!

Marina analisou Souji por um momento. Ele permanecia calado, sem conectar seus olhos aos olhos azuis da hostess, segurando a pasta como uma criança do jardim de infância, encostado à grade no canto do aposento.

– O que houve? – ela perguntou, voltando a encarar Yusuke, enlaçando o pescoço dele.

– Ele pegou a noiva com o pai dele – o moreno explicou e Souji fez uma cara de espanto e indignação.

– Entendi. Bom, eu vou buscar a Selina – a loira selou os lábios aos do moreno e se afastou.

Yusuke se jogou numa das poltronas próximas e retirou o paletó. Souji ainda o encarava enfurecido.

– O que foi? – o mais velho perguntou percebendo o olhar do outro.

– Não é pra você sair contando da minha vida pra qualquer um não!

A Casa das Hostesses - ENCONTROS [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now