Fragile •

Un

Durante toda a aula daquele dia o de olhos azuis não conseguiu se concentrar nos movimentos, errava constantemente e não conseguia se concentrar nas ordens que Rowena o dava, consequentemente recebendo vários comentários de preocupação tanto por parte da professora tanto por seu melhor amigo - praticamente um irmão assim por dizer - Gabriel, que passava as aulas livres no salão de dança observando o amigo e reclamando sobre como o time de rugby era composto pelos caras mais gatos de toda a escola e nenhum deles foi capaz de dar uma chance para ele. Talvez ele realmente fosse demais para qualquer um do time aguentar.

– Falando no time de rugby, o Sam veio falar comigo hoje. Tenho certeza que foi uma indireta me chamando para sair. – Gabriel, ou Gabe, estava na mesma sala que Castiel desde alguns bons anos, e ele compunha a parte extrovertida e, como Castiel gostava de chamar, "piranha" da dupla. Era como um elogio para os ouvidos do loiro, não tinha culpa se gostava e aproveitava dos prazeres que tinham a lhe oferecer. – Me chamou pra uma tal festa que vai ter na casa dele e do irmão. Ficou sabendo?

– O Winchester mais novo? – Castiel havia finalmente parado perfeitamente na posição que havia lhe sido ordenado, mas ao ouvir o nome que já era conhecido por si sentiu o desequilíbrio tomar conta de seu corpo, quase fazendo-o cair. – Uh, agora que você tocou no assunto, o mais velho veio falar comigo hoje também. Ele deixou alguma coisa no meu bolso e disso algo tipo "aparece por lá". Deve ser a tal festa.

Sentiu as bochechas arderem ao lembrar dos acontecimentos mais recentes, passando os dedos no local que já estava arroxeado e bem visível. Maldito Winchester.

– Aqui, esse papel. Tem um endereço e uma hora, com certeza é essa tal festa.

– Perfeito! Estamos oficialmente convidados pra uma festa do time de rugby. Um passo à frente de nos tornarmos parte dos populares. – Gabe dava pequenos pulos histéricos enquanto batia palmas, parando bruscamente e olhando diretamente para o pescoço de Castiel. – E essa marca no seu pescoço? Não sabia que meu pãozinho tá de rolo com alguém. Eu posso saber quem é?

– M-marca? – Sentiu-se engasgar – Ah, sei lá, eu devo ter batido em algum lugar ou, é, pois é, sei lá.

– Se você diz, só me fala que lugar é esse que você bateu por que eu quero ir lá visitar também. – Riu mais um pouco, recebendo um soco fraco no braço acompanhado de um "idiota".

– Tá, tá, foi o Winchester mais velho. Dean. Ele me parou no meio do corredor e fez isso do nada, acho que foi o convite dele pra festa.

– Você tá brincando comigo? Dean? O capitão do time de rugby? Garoto, vocês se falam desde quando que eu não to sabendo? – o loiro insistiu em parar no meio da porta da sala, impedindo a saída, ou fuga, do outro ali.

– Pois é, eu ainda to tentando digerir tudo que aconteceu ali. Mas ele deve ter feito isso com todas as garotas que convidou, eu só não esperava que ele fosse fazer isso comigo, sabe, o bailarino que é motivo de piada dentro do time e provavelmente da escola toda. – Não sabia o por quê, mas Castiel sempre insistia em se rebaixar em relação os outros, se colocar como inferior a tudo.

– Ha! Eu duvido! Você acha mesmo que ele fica te observando em quase toda santa aula pra fazer piada de você? Não ficaria surpreso se ele tivesse um quadro na parede do quarto com várias fotos suas. Such a stalker.

– É, nos seu sonhos talvez. Agora se você que mesmo ir nessa festa, vamos logo. As oito você passa lá em casa e a gente vai. – Empurrou o amigo e andou em passos rápidos em direção à porta principal, pensando em tudo que aconteceu e que poderia vir a acontecer. Odiava esses momentos. Odiava não ter respostas para suas perguntas. Por que ele? Era algum tipo de piada que queriam fazer consigo? É a única resposta viável. Um dia ainda iria sair dessa escola inútil, quem sabe até mesmo dessa vida desgraçada que tinha. Gabe e a dança eram as únicas coisas que o mantinham ali, de pé e disposto a tomar qualquer soco que viesse, mas tinha que ser sincero, já não estava aguentando mais.

Se despediu de Gabe, logo chegando em casa e se jogando no meio de sua cama perfeitamente arrumada, desejando poder dormir logo para não ter que se render a curiosidade de ver a mensagem que havia acabado de chegar em seu celular.

– Hey babe. Dean Winchester aqui, sabe quem? ;-)

– Dean? Sei. Uh, como achou meu número?

– Algumas fichas na secretaria, nada que eu não conseguisse arrancar daquela mulher de lá sem uma piscada e algumas falsas promessas, haha

– Isso não é errado?

– Se você quer viver sem se arrepender no final, tem que tomar alguns riscos. Mas então, terei sua ilustre presença hoje em minha residência, Sr Novak?

– Se você diz, haha. E sim. Eu não tenho nada a perder certo?

Tinha sim. Em sua cabeça já havia feito uma lista com pelo menos dez motivos justificando a negação ao convite. Uma pena que não era seu lado racional que estava falando ali.

– Certo, te vejo lá então. Quero te conhecer melhor, xoxo ;-)

Castiel sentia que iria se arrepender de ter escolhido uma calça preta, uma blusa social branca e um suéter azul claro para aquela noite.

Plié.

O plié é um dos movimentos mais importantes do ballet feito na barra. Consiste numa flexão do joelho ou joelhos, que serve para tornar os músculos mais flexíveis e maleáveis e os tendões mais elásticos. Existe o demi plié e o grand plié, que consiste numa flexão menos ou mais acentuada, respetivamente. Diz-se que se conhece uma bailarina ao ver o seu plié

•

Oi sumidos rs