O Garoto da minha rua

Foi real

Lara: eu entendo o que quer dizer Sara, mas além do mais, Caíque é de maior.. Ele não  precisa que o adote, ele não precisa da guarda de alguém..

Sara: não se preocupe Lara..eu imagino..entendo seu ponto de vista mas..nós duas sabemos que Caíque está trabalhando e daqui a pouco vai conhecer uma jovem e os dois irão se casar, e você onde fics nessa história?! Quer ir com eles para a lua de mel?! Acha que terá seu irmão pra vida toda?! Nunca pensou em que você pode ser a pedra no sapato de Caíque que não o deixa viver a vida dele para cuidar.....

Lara: de uma pirralha como eu..

Sara: não foi isso que eu disse.

Lara: mal é minha vizinha e já está me dando ordens e sermões, e ainda quer me adotar?!

Sara: o que quero dizer é que estarei sozinha aqui, e você também ficará sozinha, podemos nos cuidar, uma da outra...

Lara: e o que acha?! Que vou viver com você pra sempre?! Eu também tenho a minha vida, eu também não vou ter 16 anos pra vida toda, e o que vai fazer depois?!

Sara: adotar uma criança, não conseguirei viver sem ninguém junto de mim..

Lara: então é melhor providenciar isso já, requer muitas papeladas, a burocracia é grande, corre senão não dar tempo.- disse sarcástica.

Sara: não posso ter filho..

Lara: o que?!- perguntou por que realmente não tinha escutado.

Sara: não posso ter filho.. Depois que eu tive o Guilherme, eu fiz cirurgia. Não posso mais ter filhos. Eu nunca imaginei de perder o meu filho, eu sempre pensei que meu filho me enterraria, mas...então eu perdi o meu filho e não posso ter mais filhos. É triste pensar isso não?!-disse repetitivamente.

Lara: por que a senhora foi fazer a cirurgia?! Sei que não imaginava de enter..rar seu filho mas as pessoas tem que se prevenir, nunca ouviu falar que quem tem dois filhos tem um, e quem tem um não tem nenhum. Agora a senhora entende?

Sara: por favor Lara, pense com carinho, converse com seu irmão, sei que ele é maior de idade, mas a casa está aberta pra ele também. Prometa que vai ao menos pensar.- fez sinal com as mãos de "por favor".

Lara: está bem. Eu vou pensar, mas isso não é certeza de que a resposta será sim. Eu vou apenas pensar.

Sara: sim sim, eu entendo.

Lara: agora eu tenho quem ir..

Sara: vai pra escola hoje?!

Lara:não não, eu não vou, de maneira nenhuma. Eu vou voltar pro meu apartamento, bom se mer der licença..

Sara: o enterro dele será hoje às 17:00, se quiser eu pego você e te levo.

Lara: o..kay..eu vou estar pronta.

Sara: até logo.

Lara: até.- disse se virando e abrindo a porta de seu apartamento.

Lara foi se trocar e novamente voltou a sala, se sentou no sofá e não queria pensar besteiras, nem pensar na tragédia, tinha que fazer alguma coisa. Resolveu ligar pro seu namorado, que até o momento nem se lembrava dele, talvez nem ele dela. Erik também não se preocupou em ligar pra ela, ele já estava pra chegar de viagem, ficou uma semana fora e os dois não se falaram.
Lara então ligou pra ele, chamou algumas vezes e uma voz dou outro lado respondeu, uma voz femimina, mas não voz juvenil, de alguém mais velha, Erik não estaria a traindo.

Xxxx: alô!

Lara: oi, é quem tá falando?!

Xxxx: aqui é Marta, sou a empregada dos Drummond.

Ufa, Lara pensou, menos essa.

Lara: poderia passar o celular pro Erik por favor.

Marta: Srtª...

Lara: Lara, meu nome é Lara.

Marta: sim, Srtª Lara, o Sr Erik não se encontra no momento, esqueceu o celular em casa e depois me pediu pelo celular do pai que eu atendesse as ligações.

Lara: oh, está bem..eu...a senhora sabe onde ele está?

Marta: foi participar de um jogo de futebol Srtª, ele deve voltar um pouco mais a tarde. Eu digo à ele que a Srtª ligou.

Lara: obrigada Marta.

Marta: não foi nada. Até mais.

Lara: até mais.- disse desligando o celular.

Lara subiu para o quarto e começou a arrumar sua roupa para o enterro, faltavam algumas horas ainda, porém ela não tinha mais nada pra fazer, então decidiu arrumar as coisas antes.

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