O Diário- Part. I

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Após alguns segundos em silêncio Safira se recompõe e começa a seguir até a porta principal em silêncio o que significa que é para segui-la. A acompanho até a porta principal sabendo que ela prefere o silêncio no momento. A neblina toma conta da paisagem em geral.

Olho o jardim que está coberto por um pouco de neve e mesmo sem cuidados ele continua lindo o que resultaria em uma bela pintura.

-Aposto que está pensando em pintar. -Safira fala me obrigando a sair de meus devaneios assim que paramos em frente à porta principal. A olho um pouco surpresa.

-Como sabia? -Pergunto curiosa e sorrio.

-Você estava com o mesmo olhar de Elizabeth olhando o jardim,  que mesmo no estado que esta acendeu uma chama artística dentro de dela várias vezes e de você, então estava um pouco óbvio. -Conta ela e sorri com um olhar triste.

-Claro. -Penso já sabendo que isto estava óbvio e não percebi o quão observadora Safira é.

Safira pega uma chave em sua bolsa e abre a porta com a chave. A olho um pouco surpresa.

-Acho que chamaria muita atenção eu quebrando a porta. -Comenta ela de um jeito irônico e sorrio para ela. Ela respira fundo e se recompondo. -Então vamos lá. -Diz ela e termina de abrir a porta. Rapidamente o cheiro de poeira entra em minha narina e me pergunto há quanto tempo a casa de minha avó está trancada e abandonada.

Safira entra primeiro no hall de recepção e a acompanho. Assim que entro no hall fico admirada com a beleza dele.
Safira fecha a porta e a sigo até onde deduzo que seja a sala principal. Olho vários móveis debaixo de panos brancos e deduzo que não tiraram nada do lugar, ou seja, apenas colocaram esse panos brancos por cima e saíram sem olhar para trás.

-Qual seu primeiro palpite? -Safira pergunta me assustando ao surgir ao meu lado. Me recomponho e a fito.

Penso um pouco antes de responder. Talvez o quarto seria o melhor lugar para se esconder um diário.

-O quarto. -Sugiro e Safira me olha com uma sobrancelha arqueada.

-É meio óbvio, Elizabeth não deixaria seu diário apenas em uma gaveta de uma escrivaninha. -Safira afirma e de um certo modo vejo que ela está certa.

Lembro de filmes no qual as personagens escondiam seus segredos em lugares falsos ou até mesmo em cofres escondidos atras de quadros.

-Talvez ela tenha escondido em um lugar que ninguém esperasse procurar. -Digo e Safira respira fundo com um olhar indecifrável.

-Você pensa igual ela, e como não tenho outra ideia então vamos. -Safira fala com a voz abafada parecendo estar cansada e segue até um lado da escada. Sigo atras dela. Subo os degraus até o próximo andar onde deduzo que fique os quartos. O cheiro de poeira e mofo se torna pior assim que termino de subir os degraus.

Olho o longo corredor e noto várias portas. Safira segue até uma porta a passos rápidos como se não quisesse ficar aqui muito tempo. Tenho que andar um pouco rápido para acompanhá-la.
Safira para em frente à tal porta e a abre. Ela abre mais a porta revelando um quarto escuro. Safira acende a luz através do interruptor e vejo o enorme quarto ainda mobiliado e deduzo que tudo ainda esteja em seu devido lugar.

A Noiva ErradaWhere stories live. Discover now