Alexia
Acordo com o som da porta do meu quarto sendo aberta.
A casa onde moro com minha mãe foi construída nos anos 60, ou seja, ela tem quase quarenta anos. Por a construção ser antiga, as portas rangem muito quando abertas, já que nunca foram trocadas ou reparadas.
Minha mãe me chama calmamente, vendo que já estou acordada.
— Bom dia minha filha. — ela diz e sorri. — desculpe sair assim, mas meu chefe me ligou e pediu para que eu vá mais cedo hoje, é urgente. Estou saindo. — Essa ultima parte foi dita rapidamente.
— Bom dia! — retribuo o sorriso. — tudo bem, mãe. — me levanto e a dou um abraço bem apertado.
Ela se retira instantaneamente, deve estar com bastante pressa. O chefe dela — cujo nome eu esqueci — deve tê-la chamado com urgência mesmo.
Separo uma blusa branca e uma saia xadrez, um pouco acima do joelho e vou até o banheiro para tomar banho. Porém, quando entro, ouço o telefone tocar.
Saio e desço as escadas para atende-lo.
— Alô? - falo de forma curiosa, por querer saber quem ligaria esse horário.
— Ale? É você? - a pessoa que diz parece estar chorando, e a voz me é familiar.
— Kara?
— Ah, graças a Deus. Eu preciso da sua ajuda.
— O que aconteceu? — Fico cada vez mais preocupada.
— O Mike... ele chegou em casa bêbado e... — O choro aumenta. Ela realmente está mal.
— Espere. — A interrompo antes que ela possa terminar. — Onde você está?
— Naquele café, na esquina da rua da minha casa.
— Não continue. Estou indo te ver.
Me arrumo rápidamente, prendo meus longos cabelos castanhos num rabo de cavalo e pego meu carro — Um Chevrolet bem velhinho, mas que minha mãe se esforçou para me dar. — E dirijo para o café onde Kara está. Ela é minha irmã mais velha, e saiu de casa aos dezoito anos, quando resolveu se casar com o namorado, Mike.
Essa decisão rendeu uma enorme briga com minha mãe, já que ela não a apoiou. Elas não se falam a quase dois anos por conta disso.
Mike sempre foi meio estranho e tratou minha irmã mal. Como se ela fosse apenas um objeto sexual, e não sua namorada. Ele sumia, e reaparecia dias depois dando desculpas bestas. Não sabemos o motivo, mas Kara continuava o perdoando e tratando-o normalmente. Até imagino o que ele fez dessa vez.
Minha mãe se casou aos dezenove, quando engravidou de Kara. Eles foram casados durante três anos, mas Carlos — recuso-me a chama-lo de "pai" — foi embora quando ela engravidou pela segunda vez. No caso, de mim. Ele também tratava-a mais ou menos assim. Por esse motivo minha mãe sempre alertou Kara e foi contra a União com Mike.
Porém, como deu pra perceber, todos esses avisos não adiantaram.
Paro num semáforo, e enquanto espero, acho melhor ligar para Lydia, minha melhor amiga.
— Alô?
— Alexia? Eu estava te esperando no ponto de ônibus, mas como você não chegou estou indo para a escola. — ela diz, com pressa.
— Tudo bem — rio da reação dela — estou ligando só para te avisar que realmente não poderei ir hoje.
— Por que? Aconteceu alguma coisa?
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Sempre foi você
Romance"Você acredita em destino? Acha que tudo acontece por uma razão, e que ninguém entra em nossas vidas por acaso? Alexia Coleman e Noah Sanders se conhecem, se apaixonam e vivem um romance quando adolescentes. Mas acabam tendo que se afastar pois a...