SAM
Abri os olhos lentamente, olhei para cima e me vi sendo carregada... Por Marcelo. Ele havia parado diante de um enorme castelo, e assim me coloca no chão.
-Se sente bem? - pergunta ele me observando atentamente. Concordo lentamente - Que bom...
-Aonde é aqui? - murmuro me encolhendo em meus próprios braços.
-O castelo de um amigo meu... Ele pode te ajudar a entender melhor as coisas - ele segue andando rumo a porta, assim o segui.
Marcelo abriu a enorme porta de madeira, ao entrarmos damos de cara com um moleque parado no salão principal, pele e olhos iguais a do Marcelo, exceto o cabelo ruivo.
-Hello Marcelo, quem é a princesa? - diz o garoto, que se aproximava com as mãos no bolso do enorme casaco que usava.
-Sossegue! Esta é Samanta -diz Marcelo colocando as mãos em meus ombros - Estamos aqui, pois precisamos de um lugar pra passar a noite... E instruções para a novata aqui.
-Okay, Marcelo tu já tem seu quarto, agora vou mostrar o dela... - o garoto ruivo se aproxima e segura minha mão com delicadeza - Bem vinda, sou David, permita-me mostrar lhe teu quarto.
Ouvi Marcelo resmungar enquanto David me levava. Subimos uma enorme escada, fomos até o segundo andar, paramos bem em frente a uma gigante porta de madeira.
Entramos e David logo disse:-Fique a vontade, tem roupas no guarda-roupa, o quarto é seu... - David me lança um sorriso malicioso - Daqui a pouco venho te ver - e assim ele se retira do quarto.
Ali havia uma cama de casal, um guarda-roupa de estilo antigo e uma comoda com espelho, a esquerda tinha uma porta, provavelmente seria o banheiro.
Ainda muito confusa, optei por um banho. Isso tudo ainda esta muito estranho. Ando até o guarda roupa para ver que roupas tinham, pensei que acharia roupas de estilo mais antigo, porém só havia roupas femininas e modernas, o que me deixou com um ar duvidoso.
Peguei um short jeans, e uma blusa escura de botões, fui tomar um banho.
***
Voltei ao quarto, estava tudo muito calmo. Sentei na cama, e ali fiquei, com a cabeça baixa abraçando meus próprios joelhos, pensando...***
Olhando pela janela, vi o sol se por perfeitamente. Já iria ser noite, o tempo passou tão rápido que nem notei.Vi os últimos raios de sol desaparecerem, e a escuridão da noite começar a tomar os céus. O lugar era iluminado por tochas bem altas, presas nas grandes paredes de pedra. Me levanto e me dirijo até a porta, assim logo me retirando do quarto, desci as escadas calmamente, lá embaixo no salão principal vi Marcelo e David conversando, me sento nos degraus e fico observando.
Os dois pareciam ter uma conversa séria, Marcelo parecia nervoso. Dúvida talvez nem notaram a minha presença.
-Marcelo, até quanto tempo você vai aguentar isso? Pagar de babá, cuidando de uma garota de dezesseis anos - David diz em tom alto - Você vai acabar se matando...
-Não me importo com a morte, meu dever é protege-lá. E é isso que farei! - Marcelo se vira pra sair, quando nossos olhares se encontram, assustada com a situação, me levanto já saindo correndo de volta pro meu quarto.
Ao trancar a porta do quarto, encostei a testa na porta, pensativa.
-O quê!? Proteger-me dê quê afinal? - murmuro.
Me viro para observar o quarto, me deparo com um garoto sentado na cama, usando um capuz que escondia seu rosto.
-Só acho que eles querem te proteger, de mim... - ele se levanta, assim tirando o capuz.
- O-o garoto da floresta... Victor!? -meu coração começou a disparar.
Rapidamente ele me força contra a parede me deixando com falta de ar, ele aponta garras perto de minha garganta.
-Se não posso te prender, vou te matar de vez - ele sorri exibindo suas presas afiadas.
O medo me tomou por inteira.
Pare de fraqueza, garota! Se defenda! Aceite logo a situação, e a encare de frente.
Meu subconsciente se manifesta. Cerro os punhos, a dor em mim agora se transformava em raiva, são tantas coisas ainda para serem descobertas, e se tem um vampiro querendo me matar, quero saber essa história antes de morrer nas mãos de quem mal conheço.
-Não vai mesmo! -consigo dizer.
Lembrei da corrente que Duca havia me dado, seria difícil tirá-lo do pescoço, em segundos me vi segurando uma faca que reluziu em prata, foi de repente, como se fosse... Magia.
Não pensei duas vezes ao enfiar a faca no estômago de Victor. Com raiva ele me arremessa para outro lado do quarto, caio em cima de uma mesa, mas assim a quebrando. Eu achei que quebraria ao menos três costelas, porém me levantei rapidamente sem nenhum dano físico.
-ARGH! -gritei -.
Vou pra cima dele furiosa, com uma vontade assassina, olhei para meus dedos e vi garras, impressionada com aquilo, me distraio assim recebendo uma pancada no rosto, voltei ao chão, assim caindo como uma pedra. Senti sangue escorrer em minha bochecha, e o vi pingar no chão.
#MARCELO.
Ignorei a presença de Sam nas escadas, uma hora ou outra ela ainda vai saber da verdade. Me dirigi ao meu quarto, fecho a porta e em seguida me jogo na cama.
Um distante barulho, de madeira se quebrando, ecoou em meus ouvidos.
-Vish !! Esse castelo está caindo aos pedaços - murmuro.
-ARGH! - em seguida ecoou um grito.
-Sam!? - me levanto as pressas, e corro até o quarto dela.
Chegando lá a porta estava trancada, sem muita opção, dou um chute e a porta desaba, vejo a Sam caida aos pés do Victor. Sangue se espalhava perto de sua cabeça.
-É hoje que eu mato alguém! - sinto minhas presas crescerem, assim como minha raiva.
-Marcelo nós dois sabemos que ela é uma ameaça, precisa ser destruída! - Victor arranca uma faca do estômago e lança ao chão.
- Ameaça!? ARGH! - corri na direção dele e o segurei pelo pescoço o forçando no chão - Pense duas vezes antes de sugerir a mim pra matar alguém que amo. Só um aviso, NINGUÉM MACHUCA A MINHA SAM!
Ele deposita um forte soco em minha barriga, por reflexo revido lhe dando uma joelhada na coxa. Victor se curvou para frente, agarro sua camisa e o arremesso fortemente pela janela, quando olhei pra fora, ele havia sumido na escuridão.
Corro até a Sam e a pego no colo, a coloco calmamente sobre a cama. Rasgo parte de minha camisa e coloco sobre teu rosto, assim tentando estancar o sangramento.
A toquei nos lábios com delicadeza, não aguentei e assim a beijei, ela tentou me afastar mais logo correspondeu.
Um beijo quente e provocador. Não achei que a beijaria num momento como esse, mas não resisti. Confesso que tenho uma queda por ela, há uns cinco anos atrás.
Sinto a presença de mais alguém, olho para a porta e lá esta Duca com os punhos cerrados, Sam olha também e diz :
-Duca!? - parecia impressionada com a presença dele.
-Desculpe a demora, tive que avisar Sandra... Mas, eu volto outra hora - ele se retira do quarto imediatamente.
-Oh não! Duca espere! - Sam ainda meio fraca, se levanta e segue o garoto. Não tentei impedir, mas comecei a prestar atenção em cada ruído que eles faziam ao descer as escadas.