Capítulo 8

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Alana
-Não pode?!!
-O quê Lana?
-Fizeste a minha mousse!-digo esboçando um sorriso largo e iluminado.
-Fiz sim,mereces uns miminhos .
-És a melhor amiga de sempre-Encho Pietra de beijos.
-Está bem!!Podes parar então . Não quero mais os teus beijos.
As duas soltamos gargalhadas.
-Devias vir passar a noite cá mais vezes.Friso : sem estares podre de bêbada.
-Não pretendo passar por aquela vergonha novamente hein.
Sento-me ao seu lado,segurando o remote control.
-Então o que queres ver?
-Um filme qualquer seria bom.
Ponho o "The Notebook" e choramos as duas por duas horas.
-É impressionante que assistimos o filme desde miúdas,e choramos sempre como na primeira vez-diz Pietra enxugando as lágrimas.
-A ideia de que um verdadeiro amor não pode morrer é bastante emocionante para mim.
-Para mim também,chegará a nossa vez baby girl.
-Prefiro não fazer desse pensamento uma prioridade.
E a campainha é tocada.
-Estás à espera de alguém?-pergunta Pietra com curiosidade.
-Não que me lembre.Quem será que é?
-Hmm...não me digas que estás a sair com alguém e não me contaste!
-Nem por isso.Realmente não sei quem é!
Caminho para a porta e puxo a minha blusa,fechando o meu decote pouco decente.Estou em casa e tenho o direito de estar como quero!
Abro a porta e dou de caras com um homem desconhecido.
Não consigo evitar analisa-lo.
Ele é alto,com cor de caramelo.Trazia uma camisete de gola V branca,que desenhava de leve o seu corpo definido.Aparentava estar no final da casa dos 20.Os meus olhos encontraram os seus olhos verdes e brilhantes,era um homem realmente muito bonito.
Quebro o meu transe e finalmente pergunto.
-Sim?
-Sra Alana Pierce?
-A mesma.E o sr quem é? -pergunto com curiosidade.
-Hmm Matthew Reeves,tivemos um pequeno incidente ontem à noite.
-Ham,sim claro .Peço perdão se fui rude sr Reeves,não lido muito quem com caras não familiares a baterem-me a porta.
-Esqueceu-se muito rápido do meu rosto sra Pierce.
-Não havia luminosidade suficiente para decifrar os seus traços faciais.E a adrenalina não contribuía.
-Percebo.
-Pois.Acredito que esteja aqui para tratar o único assunto que possivelmente temos em comum.
-Sim.Trouxe os meus homens para darem uma olhadela no seu carro.Espero que não se importe.
-Não,por acaso não.Agradeço a sua eficiência.Peço que dê-me uns minutos para trocar de roupa e conversamos melhor lá em baixo.Pode ser?
-Absolutamente.Aguardarei por si lá em baixo.
Sorrio e fecho a porta.
Viro-me e dou de caras com Pietra.
-Quem era o borracho?-pergunta curiosa.
-Matthew Reeves.Ele...
-Não me falaste de nenhum Matthew,e definitivamente não falaste de nada de estar a conhecer alguém.Nem sequer convidaste o homem para entrar.Que idade é que tens?16?
-O sr Reeves bateu-me o carro ontem à noite.Sou uma mulher livre de 27 anos,e nem com isso deixaria um estranho entrar em minha casa.
-Meu Deus,tu estás bem? -pergunta seguindo-me até ao quarto.
-O carro estava estacionado.Não te preocupes.
-Ainda bem...Mas conta bem isso.
-Conto-te depois.Ele está à minha espera.
-Uii...Que interessante Lana...E ele é mesmo muito giro.
-Deixa - me ir sua louca.
Pietra segue - me até à porta.
-Já volto está bem?Vai preparando umas pipocas.
-Está bem chefe.
Saio para o Hall do 8o andar.E logo ao lado do elevador,sentado num dos sofás estava Matthew.
-Parece que se acomodou por aqui sr Reeves.
-Por acaso fui um pouco trapalhão.Subi com a ajuda do cartão de morador do segurança,mas não o levei para descer...Então decidi esperar por si.
-Bom Sr Reeves,só o conheço à dois dias e já fez muita trapalhada.
-Que vergonha.
Dou uma gargalhada leve.
-Estou só a brincar.
Passo o meu cartão e de imediato as portas do elevador abrem - se.
-Faça favor -Digo.
-Obrigado.-Diz entrando.
Enquanto entro,tropeço em meus próprios pés e vejo - me a cair de tromba dentro do elevador.Mas sinto - me imobilizada e percebo que mãos fortes seguram a minha cintura .Sinto o cheiro à perfume e loção masculina,também misturada com o cheiro forte característico de um homem . Seria um cheiro inesquecível,arrepio-me ao olhar para os seus braços e vejo as suas veias firmes ali estampadas.
À muito tempo que um homem não me fazia sentir tais vibrações.
"Provavelmente seja carência.Concentra-te pois isto está a ficar constrangedor"
-Parece que não sou o único trapalhão- diz à meio de risos.
Largo - lhe logo de seguida e me ajeito,tentando parecer o mais profissional e não afectada possível.
-Mas o primeiro lugar continua o seu - digo sorrindo,enquanto clico no botão  "0" que dá acesso ao rés do chão.
Olhamos o dois para o ecrã digital que indica cada andar por que passamos.
-Desculpe - me o atrevimento sra Pierce,mas tem um sorriso muito bonito.
-Agradeço pelo elogio sr Reeves.-digo sorrindo levemente.
Os nossos olhos encontram - se novamente.Porém,decido cortar o momento olhando para baixo.
Mas sinto que continua a me encarrar e sinto - me corar cada vez mais.
Finalmente sou salva pelo elevador anunciando a nossa chegada ao rés do chão.
Caminhamos em direcção ao parque de estacionamento.Onde encontram - se 3 homens a observar o meu carro.
-Rapazes,conheçam Alana Pierce.Ela é a dona do carro.Por favor sra Pierce,permita - me apresentar os meus mecânicos :Billy,Bob e Peter.Eles cuidarão do seu carro e farão questão de o trazer novinho.
-Muito prazer - esboço um sorriso - Mas sr Reeves eu quero estar à par de cada coisa que for feita.
-Claro claro,é o seu direito.
Os mecânicos continuam a verificar o carro e em 15 min terminam.
-Está tudo feito chefe . Agora é só levar o carro.
-Muito bem.Importa-se sra Pierce?
-Não.Mas que volte o mais rápido possível -aviso.
-Entendo perfeitamente.
Passo as chaves à um dos mecânicos e segundos depois desaparecem da minha vista.
Matthew quebra o silêncio que depois se instala.
-Mais uma vez,peço perdão pelo constrangimento Sra Pierce.
-Desde que fique tudo bem,ultrapassaremos esse problema.Tenha uma boa noite sr Reeves.-Caminho devagar em direcção à porta principal sem olhar para trás.
-Espere!
Viro-me curiosa
-Há mais algum problema sr Reeves?
-Eu sinto-me mesmo mal,gostaria de compensa-la.Posso levar - lhe para tomar um café?
-Sr Reeves eu sou uma mulher profissional e acredito que o assunto que nos une,brevemente estará encerrado . Não tornemos as coisas constrangedoras.
-Percebo,a sra tem alguém que não iria gostar nada de lhe ver com outro homem . Percebo plenamente.
-Sou uma mulher livre sr Reeves,porém,prefiro manter as minhas relações com os homens estritamente profissionais.Entrarei em contacto para detalhes do meu carro.Tenha uma boa noite.
Suspira.E Viro-me andando em direcção ao Hall principal
-Boa noite...
Em segundos estou novamente em casa.

-Conta tudo tudo.-diz Pietra já pronta para se ir embora.
-Eles levaram o meu carro,acredito que até ao fim da semana,estará pronto.
-E?
Levo a minha travessa de mousse de chocolate e levo também uma colher.
-Chamou - me para "tomar café"-enfio uma colherada na minha boca.
-Meu Deus . Tens um encontro com um borracho.Yes yes . Finalmente.
-Não aceitei -digo em tom sarcástico.
-Porquê??? -pergunta Pietra irritada.
-Porque sei como isto acaba Pietra.Enquanto eu puder me proteger,assim o farei.E ele não é assim tão interessante...
-Deus do Céu...Não sei o que fazer contigo Alana...Tens que deixar essa mágoa passar...
-Por favor Pietra,passa - me as pipocas- digo tentando fugir do assunto.
Pietra suspira em tom de irritação e entrega - me o cesto com pipocas.

The Other Woman : A OutraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora