Arregalei os olhos e me virei para Noah que também tinha a mesma expressão assustada no rosto.

- Tão rápido? - Noah questionou. - Isso é maravilhoso!

Vi filho e pai se abraçarem e aquilo me deixou feliz. Tão feliz como não ficava desde... Desde que vira Nicholas sair daquela delegacia.

- É provável que saia na mídia. - Continuou.

- E como descobriu isso? - Perguntei maravilhada.

- Posso ter ouvido uma conversa enquanto era liberto. - Deu de ombros.

- Você é terrível, Nicholas. Bisbilhotando a conversa dos outros? - Revirei os olhos, rindo em seguida e arrancando um sorriso.

Sabia que ele queria me tomar nos braços naquele momento, assim como eu queria estar entre os dele, mas nós tínhamos que ter respeito pelo Noah, não só por toda a história que tivemos juntos, mas porque ele era seu filho e não deveria ser nada agradável ver seu pai dando uns beijos em uma colega.

- Então nós deveríamos ficar olhando para a TV a espera de que a notícia saia a qualquer momento? - Noah questionou.

Troquei olhares com Nicholas por um momento. Nós passamos boa parte do tempo vendo os noticiários e assim que paramos foi quando realmente passaram a nos procurar.

- Acredito que seja melhor nós pedirmos uma pizza, filho. - Nick deu tapas leves nas costas dele.

- E comprar celulares novos, Nicholas. - Pontuei.

- O que aconteceram com os antigos? - Noah franziu o cenho.

Me levantei dando um suspiro e abraçando Nicholas para mim.

- Longa história.

- Que nós pretendemos te contar. - Nicholas apontou para o filho enquanto acariciava minhas costas. - Mas primeiro vamos pedir aquela pizza, estou morrendo de fome.





Depois de comermos a pizza, decidi que seria melhor ir para a casa e pedi para que eles me acompanhassem até a porta e não mais do que isso. Se Aimée estivesse lá dentro, eu teria que enfrentá-la sozinha. Abracei fortemente Nicholas e me despedi com um aceno para Noah enquanto o via ocupar o meu lugar ao lado do pai.

Segurando minhas malas foi que eu entrei em casa. Estava tudo escuro e, quando eu pisei o primeiro pé para dentro, ouvi a buzina e o carro se afastando. Não me virei, apenas continuei a caminhar, acendendo as luzes, não sem antes ver a cozinha iluminada.

- Aimée? - O nome dela tinha um gosto esquisito em meus lábios.

- Blue? - Ouvi a voz e então ela apareceu no fim do corredor.

Larguei as malas e corri ao seu encontro, abraçando-a para mim, aliviada por ela estar ali. A mulher parecia ter chorado muito e aquilo me partiu o coração.

- O que foi, Marceline? - Perguntei preocupada enquanto a fazia se sentar em uma das cadeiras da sala de jantar.

- Ah menina... - Tomou minhas mãos entre as suas apenas para soltar uma e me estender um papel amassado.

Abri de imediato e li o conteúdo. Engoli em seco e ergui meu olhar, fingindo não estar magoada e não precisando fingir que não estava surpresa.

- Ela me abandonou? - Questionei e vi Marceline assentir. Toquei sua mão livre e a fiz me olhar. - Tudo vai mudar agora e foi melhor assim.

Me levantei e abracei Marceline para mim. Tudo iria mudar para melhor.

BlueWhere stories live. Discover now