Capítulo 04 - Impasse

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SOFIA

— Eu falei que da próxima vez te levaria até a porta da saída.

Dylan sai me arrastando. Começo a me debater, entrando em pânico só de imaginar todos da empresa me vendo ser escoltada pelo dono.

— Eu sei andar. Me solte, por favor. — Ele não me ouve. Tento fincar os pés no chão inutilmente. — Por favor, me largue.

— Mas que merda é essa? Inferno! — Cesso minha tentativa de fuga.

Will está ali no hall, olhando incrédulo para a cena. O alívio toma meu corpo, me obrigando a despencar. Escuto Dylan resmungando algo antes de apagar.

***

DYLAN

— Era só o que me faltava — sussurro, irritado.

Seguro-a antes que seu corpo atinja o chão e a ergo nos braços. Ela é tão leve, pequena, que tenho a impressão de que, se a apertar, posso machucá-la. Uma sensação esquisita de que tê-la aqui é a coisa certa atinge meu peito.

— Eu vou matar você, Dylan. — Tinha até me esquecido do Will. — Juro que vou.

Ele vem para pegá-la, mas antes que isso aconteça, sigo para dentro da minha sala. Vou até o sofá e coloco-a deitada com cuidado.

Quando Sofia aceitou conversar, estava decidido a mandá-la embora, a mantê-la o mais longe possível da minha vida. Contudo, assim que seu perfume me atingiu, todas as partes do meu cérebro que tomam as decisões certas se apagaram. O que ficou foi o desejo cru que essa mulher me desperta e mais nada. Ela é linda, viciante, encantadora. Se eu não soubesse a verdade, poderia facilmente me apaixonar. Levanto em um pulo com esse pensamento...

Sinto o baque antes de entender o que está acontecendo. O soco pega em cheio no meu queixo, me fazendo cambalear para trás.

— Seu mimado, filho da puta. Ainda bem que mudei de ideia no meio do caminho e voltei, porque só Deus sabe o que você faria com ela! — Will grita apontando para a Sofia. Ele está fervendo de raiva.

Olho para o braço esquerdo dela, e é aí que noto a merda que fiz. Tem um hematoma que, com certeza, ficará roxo no lugar onde apertei. Logo acima, vários vergões. Ela deve ter se arranhado enquanto tentava se soltar.

Puxo meus cabelos, frustrado.

— O que está acontecendo com você? — ele pergunta, depois se ajoelha ao lado dela. — Vai ficar tudo bem, boneca.

Beija sua cabeça. O ciúme vem com tudo, mas resolvo não falar nada. Já tenho muito o que dizer.

— Comece a explicar, bro. E é melhor que tenha uma ótima explicação.

Vou até o bar e viro duas doses de uísque de uma vez. Tenho que contar para ele, não há outro jeito.

— Nós vamos conversar, Willian, mas não agora. Vou esperar a Sofia acordar, ver se está bem.

Acabei fazendo merda, agindo por impulso. Logo eu, que sempre analiso tudo antes de tomar qualquer decisão. Essa menina me tira do sério, e, por mais que não queira admitir, estou me comportando assim para poder encobrir as sensações que ela desperta em mim.

Porra!

— Vou assumir meus erros, dar toda a assistência que ela precisa.

— O que a Sofia precisa é ficar longe de você, cara. Está agindo como um louco de uns tempos para cá. Vou levá-la para trabalhar comigo.

— Vai, o caralho! Eu sou o dono desta empresa, Willian, ela não vai a lugar nenhum.

— Não interessa se você é o rei do castelo. Se a Sofia me disser que quer trabalhar comigo, ela vai e ponto.

MINHA ESCOLHA É VOCÊ - LIVRO I (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora