Ironias do amor

Capitulo 14

Arthur

Estou sonhando ou a campainha está tocando?- levei mais um tempinho e sim... ela estava tocando!

Olhei para o relógio e fiquei me perguntando quem poderia ser? Fui abrir e vi Isabel lá parada, abatida e vulnerável.

-O que foi que aconteceu Isabel? Porque veio até aqui sozinha? A essa hora, você poderia ter me ligado e eu iria até você- ela nada diz e me agarra forte pela cintura, repousando sua cabeça em meu peito e desabando em lágrimas.

A puxei para dentro de casa e subimos até o meu quarto.

-O Lipe piorou? - ela concorda com a cabeça.

-Ele tem câncer Arthur... o meu filho tem câncer- e soluça a meio as lágrimas- eu posso perder ele Arthur, o que será de mim sem a razão da minha vida? Eu suporto qualquer perda, mais esssa?...Essa nunca, nunca eu vou suportar Arthur.

Câncer? Como assim meu Deus?- Ei ei olha para mim? Você não vai perder ele, ele vai crescer, vai se formar, casar, ter filhos e você estará inteira para ver isso. Você tem que estar forte, para ele estar forte. Faremos o que for possível, transferimos ele para outro país, ele fará todos os exames possíveis e impossíveis se necessário for, todos, sem exceção. Ele vai sair dessa e você vai ser forte.

-Eu não terei como fazer isso Arthur, eu não terei como pagar... eu não trabalho mais, eu estou cheia de dúvidas, eles a qualquer momento vão tirar meu filho de lá por falta de pagamentos,eu vou perder a minha casa, eu vou perder tudo. O cris me bloqueou de todas as maneiras e eu nem vou conseguir ajudar meu filho.

-Quem foi que disse isso? Você não está sozinha nisso Isabel, você tem a mim, ele tem a mim, e eu não vou deixar que nada aconteça com ele. Só seja forte e ore muito pelo o seu filho, deixa que do resto cuido eu. Ele não ficará sem nada e muito menos você. Ele vai continuar na creche em que está, ele terá os melhores exames e terá os melhores médicos.  Ele vai ficar bem de novo.

-Eu juro que eu pago tudo assim que trabalhar está bem?

-Você não vai pagar nada! Meu maior pagamento seria a vida dele, e vê -lo bem e forte não teria preço algum. 
Agora descansa, que ele tem que te ver bem. Não se preocupa com nada amor, o Lipe sairá dessa, vocês têm a mim!

-Eu te amo.

-Eu amo mais ainda.

As horas foram passando e eu ficava olhando Isabel dormir, ela não estava com a expressão leve, ela é mãe né? Por mais que quisessse não conseguia relaxar, ela dormiu, mais volta em meia acordava e chamava pelo filho.

Eu fiquei pensando em tudo o que me disse. E entendi o estreasse e preocupação dela ultimamente. Ela seria despejada, não tem emprego e está com o filho doente, o cris passou dos limites, e agora isso não é só uma rivalidade empresarial, eu vou levar isso mais do que o pessoal e ele vai se arrepender do dia em que nasceu.

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O dia amanheceu ensolarado. Estava uma manhã linda, em outros tempos dava para pensar em ir ao parque, tomar banho de piscina ou fazer um piquenique, mais hoje? Hoje a nossa prioridade é o Lipe e só ele.

Fomos pra o hospital nas primeiras horas do dia. Chegamos lá e a recepcionista disse que não estava em horário de visita, mais que avisaria ao médico que estávamos lá. Ele liberou a nossa visita e encontramos o Lipe acordado.

-Meu filho- ela da um braço apertado nele- você está se sentindo bem?

-Estou sim mamãe, não sinto nada. Só dor nos braços.