Capítulo 12.1 - A aula de teatro

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No palco do teatro da sala de cultura, Beatriz reparou que havia lágrimas nos olhos e todos os alunos a olhavam fixamente. Pediu desculpas e deixou o local.

- Eu irei atrás dela. – disse Saulo enquanto a seguia.

Um verdadeiro filme passou na mente de Beatriz. Estar com um grupo de teatro era o que ela sempre sonhou para a sua vida.  O seu maior desejo de estar em um palco aflorou no meio daquela turma.

- Bia, o que houve? Por que você saiu de lá?

- A minha vida passou toda pela minha cabeça. Sempre fui influenciada pelo meu pai e vivi no comodismo. Por que eu não fiz o que sempre desejei?

- Sempre há chance de se mudar.

- Não. Eu gosto da minha carreira de juíza.

- Gosta da carreira ou da estabilidade que ela lhe traz? Agora, gostei do seu desabafo. Você disse o que estava engasgado na sua garganta há anos. Foi um lindo poema e sincero também.

- Você me conhece bem. – disse sorrindo. - Eu gosto da minha carreira, batalhei por ela e sou feliz, mas quando eu pisei naquele palco, parecia que algo estranho se apoderou de mim.

- Você disse o que estava no seu coração.

- Eu senti uma coisa diferente. Parecia que pela primeira vez era a Beatriz quem estava lá, de verdade.

- Você tem vocação, Bia. Eu percebi isto claramente. Mostrou os seus sentimentos e nos emocionou.

- Ah, imagina! – disse olhando para a Praia de Ipanema que estava a sua frente - Esta brisa nos traz uma sensação de liberdade, parece que eu vou voar.

- Voe, Bia. Faça o que você tem vontade e não ligue para que os outros vão dizer. Assim como das outras vezes, faça aquilo que o seu coração pedir.

- Será que meu coração é um bom conselheiro?

- Esta pergunta cabe a você responder. Agora apenas voe!

Bia começou a caminhar rápido pelo calçadão e de repente quis correr. Sentiu o vento em seu corpo e a sensação de liberdade era maravilhosa. Pensou em toda a sua vida e nas vezes que seguiu o seu coração. A coragem de enfrentar o pai e fazer o que realmente queria foi indescritível. Até chegar a faculdade, nunca pode escolher nada. O primeiro namorado foi um incentivo da família, os amigos eram filhos de pessoas que pertenciam ao ciclo social de seus pais, não fez a faculdade que desejava. Ao namorar Diogo, pela primeira vez na vida optou por algo e assumiu os riscos. 

Oi!! O que vocês estão achando? Se gostarem votem e não esqueçam de comentar, poir eu queria saber a opinião de vocês.

Quem tiver no skoob pode me adicionar pelo link externo. Em breve vou postar esse livro lá também.

O preço da escolhaWhere stories live. Discover now