CAPÍTULO 1: Novo Emprego

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Olá, meu nome é Natally Fernandez, e eu tenho 29 anos, e nesses 29 anos eu vivi de maneira entediante, sempre seguindo a merda da rotina, mas algo mudou isso,e esse algo tem nome,pé,cabeça; e um grande coração. Eu vou lhe contar uma história,de como a minha vida mudou do dia pra noite, e talvez quem sabe essa história não faça alguma diferença na sua vida.Tenho certeza que ela vai tocar você, mesmo que seja só um pequeno pedaço, lá nas pontas dos pés, mas vai . Bem, chega de enrolação,vamos começar a hiaória?

"Aquele grande filho da puta",era a frase que ecoava em minha cabeça, além da dor latejando causada pelo álcool em excesso que consumi na noite passada. Eu queria enfiar a cabeça no travesseiro e chorar,mas não tinha tempo pra isso,além do mais,o rimel borrado no meu rosto mostrava que eu já havia chorado o bastante,e você deve estar pensando "mais uma história de namoro que não deu certo",quem me dera.
Sim, meu problema era um homem, mas não o tipo de problema "não é você, sou eu",mas sim "Você está demitida",eu já disse que ele é um grande filho da puta? Estavam fazendo cortes no orçamento,eu entendo, mas eu trabalho nessa empresa a 6 malditos anos, sempre fiz meu trabalho direito,não foi justo me demitir! Aposto que me demitiram porque sou mulher, aqueles idiotas não suportam saber que tem uma mulher na empresa que faz o trabalho melhor que eles, um bando de sacos de estrume eles são.

Tudo que eu tenho agora é um copo cheio de café e um notebook aberto num site de empregos, vou ter que me mudar, com certeza não vai dar pra pagar o aluguel, o senhorio me deu uma semana,único emprego que vou conseguir em uma semana é o de atendente do mc donalds (se eu tiver sorte), minha vida está de cabeça pra baixo,e pensar que tudo estava bem a uma semana. Eu acordava, pegava o ônibus e ia pro trabalho,final de semana eu simplesmente fazia oque mais amo,não fazer nada, exatamente, eu só deitava e ficava assistindo filmes enquanto comia brigadeiro, isso que eu chamo de viver,agora tudo isso foi por água a abaixo,que nem bosta indo pela descarga.
Se passaram dois dias,eu já tinha desistido de tentar,quando o telefone tocou,e ouvi uma voz seca do outro lado da linha gritando com alguém ao fundo.

-Alô? -Ouve um prévio silêncio, mas logo aquela voz seca respondeu:

-ahn? Olá! Natally certo? Eu preciso de uma babá urgente,não tenho tempo pra dar informações,meu assistente vai te mandar um email, aceita o emprego ou não?

-É...Eu não sei,não posso pensar e dar a resposta depois?-Eu não podia simplesmente aceitar um emprego sem saber nada sobre ele.

-Tempo é dinheiro,e se eu for gastar com  você me diga logo.-Confesso que me assustou pensar que essa seria minha patroa, mas não posso me dar ao luxo da dúvida agora.

-Ok, eu aceito.-Ela então desligou o telefone,fiquei meio em dúvida se eu tinha conseguido o emprego ou não.

Fui ver meu email,eu realmente havia conseguido o emprego, e o salário?maior que o do meu emprego antigo, mas como assim?Nunca vi uma babá ganhar tão bem, eles devem ter grana. Afinal,não foi tão ruim assim eu ser despedida,apesar de que vou ter que me mudar,já que o emprego fica em outra cidade, mas tudo bem,não tenho muitos amigos por aqui,na verdade eu nem tenho amigos,o pessoal me acha estranha e muito "bruta", eu? Bruta? Sou delicada que nem pedra.

As malas estão prontas,levo nelas tudo essencial,tipo comida,óbvio né,principalmente chocolate,as pessoas dizem que eu devia comer menos chocolate,mas umas duas ou três caixas por dia não vão me matar,vão? Talvez, mas pelo menos vou morrer feliz.

"130 anos", era a música que tocava no meu ipod enquanto olhava as casas passarem rapidamente pela janela do ônibus, a trilha sonora perfeita pra minha vida no momento,me fez lembrar de quando eu era adolescente e vivia andando pra lá e pra cá com meu violão nas costas,em todas as viagens pra praia no verão, todas as vezes que acampei com meu pai,e todos os passeios no parque,eu sempre levava aquele violão,e sempre que eu tocava as pessoas se juntavam pra me ouvir,era como se a música unisse as pessoas,todas ficavam conectadas,e não havia diferenças. Aquilo passou, tenho que me focar no agora,e eu não sou mais uma adolescente,é mais fácil se divertir quando você é adolescente,imagina só,com quase 30 anos,eu andando por aí tocando violão no meio de um parque como uma jovem hippster.

Eu acordei com a voz estridente do motorista mandando todos descerem, e eu que achava o som do meu despertador irritante. Guardo meu cobertor em uma das malas e olho em volta,já era manhã, mas ainda não havia sol, melhor pra mim, não quero um sol quente na minha cara logo cedo.

O Garoto SingularDär berättelser lever. Upptäck nu