IV. Aplicação do Método Científico

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(Potter nível 2)

Ainda que fosse assassinado por Potter a sangue frio, Draco teria a satisfação de ter conseguido que o cretino se excitasse com uma fantasia protagonizada por outro homem. E não apenas isso, mas Draco até havia conseguido fazê-lo gozar com beijos e com o simples atrito de sua mão. A lembrança o fazia sorrir tristemente quando tinha certeza de que ninguém mais o estava observando.

E a atitude envergonhada que Potter apresentou na manhã seguinte no Salão Principal quando seus olhares se encontraram, o fez sorrir com satisfação. Quem teria dito que ele faria o grande herói mágico corar? Era uma pena que ninguém em Hogwarts pudesse descobrir o que estava acontecendo entre eles.

Exceto pelo maldito Kinsey, que fazendo uso de seu olho clínico, imediatamente notou a mudança de humor em Draco.

— Esse sorriso que eu detectei é resultado do orgulho de ter conseguido levar nosso objeto de estudo ao nível 1? — o retrato perguntou à Draco de tarde, enquanto ele se perdia na lembrança do acontecido com Potter na noite anterior.

Draco, que já havia esquecido que aquele louco estava ali na sala comunal, virou-se para vê-lo e transformou o sorriso em uma careta de desprezo.

Nosso assunto de estudo? — ele explodiu. — Parece que alguém está tentando entrar numa festa para a qual não foi convidado, Kinsey. O que está acontecendo na minha vida particular, e entre... ele e eu, é um problema só meu.

O homem do retrato sorriu condescendente e não disse mais nada.

Intencionalmente, Draco deixou que passassem várias semanas antes de tentar qualquer outra coisa com Potter. Sua única tática foi dedicar ao imbecil constantes e indecifráveis olhares, sabendo que isso o deixava nervoso e não o permitia esquecer o que aconteceu entre os dois.

E Draco tinha que fazer das tripas coração — como tinha feito sempre, de todo jeito — quando Potter passeava com sua ridícula namoradinha ruiva. E se regojizar no deleite de ver o quatro olhos lhe lançar olhares por cima do ombro enquanto ainda andava de mãos dadas com a pobretona.

Draco conhecia Potter o suficiente para saber que ele estava com medo. Do que? Tinha milhares de opções para escolher. Poderia estar com medo diante da perspectiva de que Draco gritasse aos quatro ventos que Potter tinha "incidentes gays" e que havia traído sua namoradinha com ele. Com medo que Draco tentasse algo outra vez. Com medo de seus próprios desejos e de quão assustador era quando se começava a suspeitar de sua própria sexualidade. Se não tivesse tão contente e iludido, Draco até poderia ter sentido um pouco de compaixão pelo infeliz.

Mas não. Ia fazer ele pagar por cada uma das punhetas solitárias que haviam sido a rotina de Draco desde que descobriu o quanto o menino-que-sobreviveu lhe excitava. Estava determinado a deixá-lo louco ao ponto de que ele fosse quem não suportasse mais e decidisse acender de uma vez o pavio e explodir o que tinha que explodir.

Assim foi. Depois de quase um mês de não trocar mais do que olhares penetrantes, Potter pegou Draco uma noite em que voltava a sua sala depois de sua ronda noturna como monitor.
Ele o segurou pelo braço com tanta força que Draco ofegou de dor e o puxou para o interior escuro e silencioso de uma sala de aula.

Draco se livrou de seu aperto e olhou para ele divertido, ainda incapaz de acreditar na sua sorte e sem entender como era possível que o Lorde das Trevas ainda não tivesse sido capaz de matá-lo. Sendo Potter tão previsível e fácil de manipular, era incrível.

Potter na Escala Kinsey » drarryDär berättelser lever. Upptäck nu