Dei um meio sorriso em meio ao caos e me aproximei do carro dele.


Nicholas

Eu não esperava receber uma notícia daquela, ainda mais do próprio Jeff que assistiu a minha reação de perto. Primeiro eu entrei em choque, depois enfiei os dedos entre os cabelos e me desesperei.

O que eu faria? O que Blue faria? Eu só pensava que fugir era a melhor opção. O que mais poderia ser feito? Meu celular passou a tocar no segundo seguinte: algumas mulheres com quem saí comentando no vídeo e marcando o meu nome, fazendo textos me criticando em redes sociais, muitos alegando estupro e pedofilia. Pior de tudo era ver o nome de Aimée ali na tela e ainda pior o de Noah.

- Cancele meus compromissos. - Pedi ao Jeff.

- Do dia? - Questionou.

- Do mês, por enquanto.

A primeira atitude que tomei foi ir para a casa e passei a arrumar as malas com rapidez enquanto ligava para Blue e pedia que ela se arrumasse para que fugíssemos dali. Ela não recusou e eu senti um alívio em meio ao caos. Pelo menos não teria que argumentar quanto àquilo.

Quando me virei já de malas prontas encontrei um Noah com o rosto banhado pelas lágrimas e os olhos vermelhos. Parecia o mesmo garoto que perdeu a mãe anos atrás. Veio na minha direção, mas, ao contrário do que fez no passado, ele tinha o punho levantado e eu segurei seu braço, logo depois o outro.

- Nem pense. - Disse entredentes.

- Você traiu a minha confiança! - Ele gritou. - Por que não me contou, pai? Por quê?

- Me perdoa, meu filho. - Pedi.

- Eu não quero nunca mais olhar nessa sua cara nojenta. - Cuspiu no meu rosto.

Fechei o olho, sentindo o cuspe escorrer. Soltei Noah e o empurrei, saindo dali a passos largos.

- Foge mesmo! Foge como um covarde! - Ele gritava da ponta da escada enquanto eu tinha a mão na maçaneta da porta. Vendo que havia me afetado, ele continuou: - Como o covarde que você sempre foi!

- Eu só espero que quando Blue descobrir sobre Bianca você seja o homem o bastante para aceitar o perdão dela como eu sei que ela faria se nada disso tivesse acontecido entre nós dois. - Nossos olhares se encontraram e eu vi sua expressão vacilar.

- Você não faria... - Sua voz se tornou um sussurro.

Saí dali, entrando no carro e jogando minha mala no banco de trás. Cantei pneus e pelo retrovisor vi o filho que eu jurei cuidar, o filho que eu traí e abandonei.

As lágrimas agora banhavam o meu rosto e só me abandonaram quando eu vi o anjo loiro que era Blue se aproximar do carro. Nossos olhares se desconectaram apenas para que eu dirigisse para longe dali, mas nossos corpos se conectaram mais uma vez quando nossos dedos se entrelaçaram.

Eu encontrei paz em meio ao caos.


Blue

- Aonde vamos? - Perguntei quebrando o silêncio de, no mínimo, trinta minutos.

Nossos olhares se encontraram e eu me senti segura porque estávamos na estrada e parecia que só havíamos nós ali.

- Eu não sei. - Confessou, a voz em um pesar. - Vamos parar para dormir em algum hotel hoje e aí podemos resolver toda essa bagunça, sim?

Assenti uma vez e mordi o lábio inferior, me virando para a estrada.

BlueUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum