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As mãos do jovem Smith suavam, ele era o caçula de cinco filho de uma família muito pobre de Carolina, e viu na seleção da rainha Kerrtu uma oportunidade de melhorar a vida da sua família, tudo dependia dele e daquela vaga, desde o café até o jantar.

-Senhor Smith, por favor, dirija-se para o gabinete real-falou a doce Emma com um sorriso simpático no rosto, ela era uma das ajudantes da rainha e tinha ajudado Sean quando ele se perdeu pelos corredores do palácio hoje mais cedo.

-Obrigada senhorita Emma - falou Sean com um sorriso nervoso esboçado no seu rosto.

As grandes portas do gabinete real foram abertas, dando ao selecionado uma visão instantânea da soberana, os papeis que estavam na mão do jovem rapaz começaram a tremer, ele respirou fundo e se curvou fazendo uma breve reverencia.

-Boa tarde, senhor Smith - Kerttu sorrio carinhosamente ao rapaz- Por favor, sente-se temos muito que conversar.

Ao receber a ordem Sean prontamente se sentou na cadeira a frente da rainha, e em seguida Kerttu voltou a sua fala.

-Espero que esteja gostando da sua estadia no palácio, ele será seu, possivelmente, segundo lar agora. - Kerttu encarou o jovem rapaz a sua frente.

"Lindos olhos, nem as praias mais paradisíacas possuem um azul tão lindo" Kerttu pensou.

Kerttu foi tirada do seu pensamento assim que Sean começou a tagarelar, e logo se repreendeu por aquele pensamento absurdo e inconveniente.

-Sim, alteza. É tudo muito belo, grandioso e até mesmo aconchegante-Sean sorriu olhando ao seu redor. Quadros antigos, dando um tom clássico ao lugar, livros empoeirados que denunciavam a falta de uso. Uma pena pensou Sean

- E o que mais achou? -Kerttu rio de leve ao perceber o deslumbre do rapaz com os artefatos contidos no recinto

-Todos são muito simpáticos e tratam você bem, mesmo sendo um desconhecido. Devo dizer que a senhora, alteza, melhorou muito esse lugar. Deu continuidade ao que sua mãe fez e melhorou o processo - falou Sean enquanto sorria gentilmente para Kerttu.

A rainha sentiu seu rosto corar e arrumou uma mecha de cabelo solta atrás da orelha

-Eu ainda não sei receber elogios, mesmo depois de tanto tempo-falou Kerttu com um tom de vergonha na voz.

Sean tinha se repreendido mentalmente por ter deixado a sua rainha envergonhada.

-Eu sinto muito, eu deixei à senhora desconfortável não é? Eu não faço nada certo, mil desculpas alteza- falou o jovem preocupado.

Antes mesmo de Kerttu apaziguar a situação e dizer que estava tudo bem e que a culpa não era dele e sim dela, a conversa foi interrompida por um desesperador abrir de portas.

-Alteza-falou o empregado sem folego enquanto fazia uma rápida reverencia

-O que houve Lestarde? -A soberana saltou da cadeira encarando o empregado a sua frente com uma feição de preocupação estampada em seu rosto

-O seu marido, o príncipe deu entrada há poucos minutos no ambulatório - falou Lestarde com certa calma, tentando transmitir o sentimento para a jovem rainha.

O corado na pele da rainha tinha se tornado uma cor pálida semelhante, um enorme calafrio percorreu o corpo de Kerttu pensando nas piores hipóteses do que poderia ter acontecido com seu marido.

-Sinto muito senhor Sean, mas meu marido precisa de mim, foi um prazer enorme conhece-lo, esta dentro do treinamento, Emma ira te explicar tudo-Kerttu apertou a mão do rapaz enquanto falava apressadamente.

Em alguns segundo, ela já estava correndo pelos corredores em busca de informações sobre o seu marido. Assim que adentrou no ambulatório, Kerttu deparou com seu amado com alguns tubos ligados em seu nariz a deixando sem reação.

Após uma tarde ensolarada de treinamentos e um farto janta o jovem Sean decidiu andar pelo jardim, já que sua animação por ter passado para a fase final não deixa o dormir, ele também estava preocupado com o príncipe e com a rainha Kerttu, o modo que ela saiu correndo do gabinete deixaria qualquer um preocupado, ponderou, Smith.

"Ela é encantadora" -pensou e instantaneamente um sorriso formou-se em seu rosto - "e casada, Sean"- o sorriso se desfez em segundos ao lembrar-se desse detalhe. O jovem selecionado decidiu entrar e tentar voltar a dormir para tentar tirar de sua mente esses pensamentos inoportunos e sem sentido com a rainha Kerttu, no fundo ele tinha certeza que era só uma admiração pelo modo que a mesma governava o país.

No outro lado da porta estava Kerttu, andando de um lado para o outro preocupada com o estado de seu marido. Os médicos não sabiam a resposta do que era essa enfermidade repentina que havia sido diagnosticada em seu marido. As torturas começavam a surgir, após pular duas refeições por causa de sua preocupação vinha à tona as consequências, logo um segundo e terceiro sinal de seu descuido surgiu: a visão turva e uma leve fraqueza. Com todos seu esforços ela tentava dar um passo em busca de ajuda, em vão. Ela somente relaxou após sentir mãos firmes e fortes a segurando, e ali tudo se tornou uma imensidão negra.

Um acaso desejado.Where stories live. Discover now