Incidentes no Café Erótico

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Rubens estava desligando seu computador e organizando seus papeis sobre a mesa para encerrar seu expediente, quando ouviu barulhos de sapato social se aproximando de seu gabinete de trabalho.

Pelo horário, mesmo sem ver quem se aproximava, já sabia de quem se tratava.

- E aí, Rubão? Bora? Quer ver se aquela nova cafeteria já está funcionando? – falou uma voz masculina em um tom íntimo e sacana, que tentava segurar certa vontade de rir. Esse homem apoiava o cotovelo sobre a baixa e fina parede da estação de trabalho.

Rubens se virou para esse homem e lhe perguntou com uma fisionomia curiosa:

- Qual cafeteria, Valter?

- Aquela lá... – Riu o colega de trabalho, franzindo a sobrancelha algumas vezes, rapidamente.

Rubens se levantou, olhou para os lados para ver se não havia ninguém por perto de seu gabinete para ouvir a conversa e após conferir que a maioria do pessoal do escritório já havia seguido para a área do cartão de ponto, falou, em voz baixa:

- Aquele lugar que você tinha falado? Onde você compra um café e ganha um boquete? - perguntou Rubens, quase rindo, um tanto incrédulo.

- É... Esse mesmo... – respondeu o colega, rindo em um tom safado.

- Você é louco mesmo, Valter! Duvido que um lugar desses exista de verdade! – acenou a cabeça negativamente Rubens, rindo, enquanto pegava sua pasta.

- Só vamos saber o quão real é quando chegarmos lá... – disse Valter, se afastando lentamente do gabinete e olhando no relógio de pulso. - Não posso mostrar a propaganda aqui no meio do escritório, né amigão?

- Aposto que deve ser um lugar muito podrão... – riu Rubens, também se dirigindo para onde ficava o cartão de ponto e pegando o celular em mãos. - Mas, beleza, vou mandar uma mensagem para minha esposa, avisar que vou demorar um pouco em uma reunião, e a gente passa lá... Só pra ver como que é... – respondeu, curioso.

Já fazia alguns anos que Rubens pegava carona diariamente com Valter, seu mais chegado colega de trabalho naquele escritório, tanto para ir à empresa, como para voltar para casa. Esse hábito começou após uma necessidade eventual causada por um carro quebrado de um deles, e acabou virando uma rotina, já que ambos concluíram que era até bom ter alguma companhia para atravessar o caótico trânsito da cidade grande e dividir o combustível.

Valter era um homem de boa aparência, com um pouco mais de trinta anos, prestativo e atencioso. Seu único defeito, diriam algumas pessoas, era o de se esforçar em ser sabichão, bancar o macho alfa, ditar o que era certo a se fazer, dar conselhos e ter uma imensa dificuldade em aceitar seus próprios erros. Mas sua petulância dificilmente chegava a incomodar Rubens, cuja idade era semelhante.

Rubens era uma pessoa bem mais paciente e para ele, era até bom ter um amigo que sempre tomava a inciativa, pois isso nunca foi seu forte.

Ambos trabalhavam como analistas em um elegante prédio comercial na parte nobre da cidade e, embora não fossem ricos, ganhavam razoavelmente bem ali.

Com essas caronas, os dois acabaram pegando um pouco mais de amizade, confiança e intimidade... A ponto de, de vez em quando, antes de irem para casa e se encontrarem com suas respectivas esposas, fazerem algumas estripulias: Costumavam passar em alguns lugares conhecidos, esses onde se pode ter garotas por dinheiro.

Nesses lugares, com seu jeito provocador, Valter tinha o hábito de propor desafios a Rubens, para ver se algo acontecia, já que o amigo era movido a receber ordens.

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⏰ Last updated: Dec 20, 2016 ⏰

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Deliciosos Devaneios (Contos Gays)Where stories live. Discover now