Capítulo 37

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CATARINA.

Dias atuais.

A semana passou tão rápida, ou será por que amanhã é o dia da audiência e eu estava evitando ao máximo pensar nisso?

Não sei se devo ir e encarar os país de John novamente e tudo o que aconteceu, mas também sei que preciso ver aonde isso vai dar.

Bebo um copo de Vodka, nunca fui muito de beber, mas devo confessar que isso tem me ajudado a suportar tudo que está acontecendo, olho pela janela e vejo os primeiros flocos de neve caindo, o inverno está chegando, a estação parece combinar com minha alma, fria e devastada.

Deito no sofá e vejo quando uma sombra aparece na abertura da porta, ninguém bate ou toca a campainha, imagino se é real ou a Vodka já começando a me pregar peças, a sombra não vai embora, me aproximo da porta e espero por algo, mas nenhum barulho.

Vou até a cozinha e pego a faca, Nova York sempre foi relativamente segura, mas nunca se sabe, sento no braço do sofá com a  faca e fico olhando para porta a espera de algo, a sombra some e quando abro a porta vejo Pedro indo em direção as escadas.

- Pedro?

- Catarina.

Seu olhar é triste e faz algo em mim se revirar. Estou totalmente desajeitada vestindo um short de dormir e uma blusa larga, meu cabelo está desgrenhado, mas ele parece nem se importar com isso.

- O que faz aqui? Já são duas da manhã.

Seu paletó está em sua mão, não há  sinal de sua gravata, sua camisa está desalinhada e aberta perto do pescoço, seu cabelo sempre arrumado, agora esta bagunçado e isso o deixa bem mais bonito, o mar azul que são seus olhos, estão sem vida.

- Todo dia venho aqui.

- O que? Por quê?

- Porque eu sinto sua falta, e seu puder ao menos ter a chance de te ver, para mim isso já basta. Então todo dia eu venho aqui, esperando ouvir sua voz ou quem sabe ter a sorte de ver você.

- Mas você nem chama?

- Não, não mais, pelo menos saber que você está ai do outro lado, já me conforta, eu sei que isso parace maluco ou que eu sou um idiota, mas eu não consigo mais ficar longe de você, esses 5 meses foram o inferno Catarina, eu venho aqui esperando por uma resposta todo dia.

Estou sem fala, o olhar assim tão acabado só me faz pensar em quão ferrada sou, que acabo ferrando a vida dos outros.

- Você quer entrar?

- Não Catarina, eu só quero apenas uma resposta, e juro que vou embora e nunca mais te procuro.

O medo do que está por vir me invade, não estou pronta para um confronto, não hoje, mas sabia que isso viria uma hora ou outra.

- Que resposta?

Ele se aproxima, seu olhar me arrepia, os mares em seus olhos se agitam e ele está a um centímetro de mim, nesse momento perco meu ar, sua respiração está ofegante, como se o ar estivesse prestes a acabar.

- Quero que diga olhando em meus olhos que não sente nada por mim, nenhum pingo de desejo, que não sente absolutamente NADA!

Meus olhos piscam como se tivessem tentando acompanhar o raciocínio do meu cérebro para entender o que estava acontecendo. Abro a boca e fecho inúmeras vezes, nenhuma palavra se forma. Repito para mim mesma, vamos Catarina, é fácil, só dizer o que ele precisa ouvir e pronto, mas as palavras simplesmente não saem, droga, droga.

- Eu.. Eu.

- Diga, por favor, eu não aguento mais.

Ele aperta seus olhos, não por favor não, e quando os abrem uma lágrima cai, meu coração se dilacera.

- Diga que não sente o que estou sentindo agora.

Ele leva minha mão ao seu peito, seu coração está acelerado, igual ao meu.
Não sei o que dizer, lágrimas se formam e caem em meu rosto.

- Eu... Não posso dizer o que você quer. Porque eu sinto algo por você, mesmo eu não sabendo o que seja, acontece que existe outro a quem meu coração perteceu e ele está de volta e as coisas estão tão confusas.

Coloco as mãos no resto tentando segurar as lágrimas, não queria ser tão franca com ele, mas foi preciso, ele me abraça contra seu peito e alisa meus cabelos.

- Eu te amo Catarina, e agora que sei que sente algo por mim, irei lutar até o fim por você, quero fazer com que descubra o que é esse sentimento.

Eu senti muita falta do abraço dele, ele me afasta um pouco e olha em meu rosto.

- Por favor, Pedro, eu não posso prometer nada a você, principalmente algo que não sei o que é.

- Eu não preciso que me prometa nada, apenas preciso de você perto de mim. Não se afaste mais.

Meu coração está cada vez mais apertado, a aproximação do seu corpo ao meu me tira do chão.

- Promete?

Eu não sei o que vai ser para o futuro, mas sei que havia sentido muito mais a falta dele do que havia imaginado, então fiz algo impulsivo e irracional.

- Prometo.

Amores estava com saudades 😍Não deixe de comentar 💬 Nem de Votar 🌟 Isso é importante para saber se estão gostando 😍 Estamos chegando na reta final.

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