Capítulo 7

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Meu fim de semana com Luan havia sido perfeito. E depois que cheguei em casa, até achei normal algumas perguntas que foram feitas pelo meu pai: "Se divertiram?" "Estavam sozinhos?" "Ele foi legal com você?", com está última eu até ri -Há se ele soubesse de quem estávamos falando- pensava em minha mente.

Depois de driblar as perguntas do meu pai, que parecia uma verdadeira máquina da verdade, o dia correu normalmente, e depois do jantar, voltei para meu quarto, onde retomei meus estudos. Luan me mandou uma mensagem, me desejando boa noite e eu a respondi, desejando a mesma coisa. Infelizmente, nossa conversa durou mais tempo, e nós dois iniciamos um verdadeiro bate-papo, quando finalmente nos despedimos, já era tarde, e meu plano de estudar um pouco mais, havia acabado de ir por água a baixo. O jeito era descansar, algo me dizia que o dia seguinte, me reservava algo de bom.

-Oie Sté! Como foi o fim de semana? Estudou muito? –Marcela falava sorridente, enquanto eu entrava no estúdio ... Hahaha engraçadinha!

-Claro! –Passei por ela- E a proposito, obrigada por ter dado o meu número ao Luan, se não, não teríamos ido pescar juntos –Me virei piscando rapidamente para ela e voltando a andar

-Sté, espera! –Ela veio atrás de mim- Você não ficou brava, ficou? –Disse bloqueando meu caminho

-No começo sim, mas graças a você, ficamos grande amigos –Olhei pro lado

-Tipo, "amigos" –Fez aspas com as mãos- ou amigos?

-Amigos Ma! Você tinha razão, ele é super gente boa! Acho que o julguei mau

-Não disse! –Cruzou os braços me encarando- Eu sempre estou certa querida –Piscou

-Convencida! –Sorri

-Mas me diz, como foi essa pescaria? –Pegou em minha mão, me puxando até o sofá da recepção. Ainda estava cedo, e não havia nenhum cliente ali

-Há, normal. Foi lá no condomínio onde ele mora, sabe? Conheci a família dele, são uns fofos! A irmã dele então, é uma graça!

-Huuum –Marcela disse com um sorriso bobo no rosto

-O que foi Marcela?

-Nada não! Ué, só achei engraçado você ter conhecido a família dele assim! –Riu

-Tão linda e com uma mente tão pervertida! –Brinquei e ela fez careta- Sabe quem também tava lá? -Mudei de assunto

-Quem Estella?

-Aquele homem da testa grande, como é mesmo o nome dele?

-O nome dele é Roberval! E a testa dele nem é tão grande assim! –Demonstrava não ter ficado nada feliz com aquilo. Apenas ria da situação

-Me desculpe, não vou mais chamar ele de testa, tá?! –Sorri

-Agradeço! –Forçou um sorriso- Mas o que o Rober estava fazendo lá?

-Pelo que entendi, ele é tipo muito amigo do Luan e...

-E o que Sté?

-Não sei se conto –Fazia suspense

-Conta!

-Ele estava ao lado de uma linda morena –Me levantei- Agora tenho que ir, os clientes devem estar chegando!

-Espera Sté! –Ela me gritava- Que morena é essa? Estella? –Enquanto caminhava, ficava difícil segurar a risada.

O dia estava bem agitado, confesso que nunca havia visto o estúdio daquele jeito antes. Eram clientes indo e vindo a cada hora. E se me perguntassem, não saberia responder quantas fotografias tirei naquele dia:

-Terminamos! Amanhã mesmo já pode vim buscar suas fotos –Explicava a uma cliente

-Obrigada, sei que vão ficar maravilhosas! –Sorriu

-Eu te acompanho até a recepção –Disse educadamente. Saímos da minha sala e seguimos até a recepção:

-Até mais! –A cliente acenou

-Até! –Depois de ela sair, me debrucei no balcão, sobre os atentos olhares de Marcela

-Último cliente de hoje? –Perguntou

-Sim, mas ainda tenho que ir para o hospital –Dizia pegando minhas coisas

-Justo hoje? Você está exausta Estella!

-Eu sei amiga, mas eu amo isso –Sorri- Depois te ligo –Acenei já saindo do estúdio

-Você é louca! –Ela ria enquanto eu saia.

Alguns minutos depois, cheguei ao hospital. Cumprimentei alguns conhecidos, e fui ver "minhas crianças". Elas já eram como da família para mim. Cada uma tinha uma personalidade, mas todas enfrentavam a mesma dificuldade e isso fazia delas, pequenas grandes guerreiras:

-Estella? É você? –Vitor dizia sorridente ao me ver. Ele tinha apenas 8 anos de idade, e era mais uma criança que sofria pelos maus do câncer.

-Oi Vitor! Tudo bem querido? –Dei um beijo em sua testa

-Melhor agora que você chegou

-Mesmo? –Me sentei curiosa ao seu lado

-Diz pra ela porque filho –Sua mãe –que também estava ali- o incentivava a dizer alguma coisa

-Estella? –Ele me olhou parecendo criar coragem

-Sim?

-Quando eu sair daqui, e estiver maior, você aceita casar comigo? –Olhei para o lado, e vi sua mãe se emocionar, eu me segurei, mas confesso que estava sendo difícil, ele era uma criança adorável

-Claro que eu me caso com você Vitor! –Sorri para ele, que em resposta, me devolveu um sorriso que ia de orelha a orelha. Depois de ficar mais alguns minutos ali, sai do quarto para ver as outras crianças. No caminho, sem querer, acabei esbarrando em um homem e derrubando alguns papeis que ele segurava:

-Ai, me desculpe! Como eu sou distraída! –Dizia me abaixando para recolher os papéis do chão

-Você não teve culpa, eu que estava dando uma olhada nesses laudos e não vi você chegando –Se abaixou também. Depois de recolhermos os papeis, nos levantamos juntos e só então eu pude ver seu rosto. Ele era alto, tinha os cabelos em um tom castanho escuro e seus olhos eram verdes, eu nunca o havia visto por ali antes e a principio, qualquer mulher o acharia atraente:

-Você está bem? –Perguntou atencioso

-Sim, obrigada por perguntar

-Acho que nessa bagunça toda, acabei esquecendo de me apresentar –Sorriu- Meu nome é Thiago

-Prazer Thiago, o meu é Estella –Disse segurando sua mão, que estava estendida para mim. [...]

Não era um Anjo. Era você.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora