Capítulo 1 - Euforia

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11 anos atrás

Havia nevado muito naquele ano, as galochas azuis-bebê de Carol afundavam na espessa camada de neve até o tornozelo, que somado ao vento cortante e feroz, seria considerado o dia perfeito para NÃO sair de casa.

Mas Carol tinha outros planos. Ela precisava cumprir a sua promessa de fim de ano, Diego saberia o que ela sente por ele, e não seria alguns centímetros de neve por 4 quarteirões com um vento de matar que a impediria.

Carol já tinha tudo em mente, ensaiou no espelho a noite toda, e na parte da manhã nesta véspera de Natal pensou em 58 formas de fingir um desmaio, caso precisasse.

A casa dos pais de Diego já era extremamente decorada, mas no natal eles se superavam. Não tinha um só espaço que não estivesse coberto por luzes natalinas, pequenos ou grandes papais-noéis ou duendes de todas as cores, formas e tamanhos. Sem contar as renas falsas de narizes luminosos espalhadas pelo quintal. Seria bonito, se não causasse epilepsia nas pessoas que passavam na esquina da casa. Quase não dava para ver que a casa era de tijolos tradicionais de Kennebec e que as janelas eram brancas e pretas. Até os pinheiros branquíssimos de neve, pasmem, estavam irreconhecíveis!

Subindo os degraus repletos de sal que a levavam até a porta, Carol repete o texto mentalmente, e ao tocar a campainha percebeu que aquilo era realmente má uma ideia.

Uma péssima ideia.

Mas que ideia mais idiota!, pensou a garota, atormentar ele com isso bem na noite de natal? Que estúpida!

Entretanto, já era tarde de mais, a porta já havia sido aberta e as vozes, luzes e cheiros a pegaram em cheio, fazendo-a se demorar alguns segundos.

— Senhora Louise! Feliz Natal! Minha mãe te mandou alguns biscoitos, e eu... Preciso entregar uma coisa para Diego...

— Carol! Feliz Natal para você também, querida. Entre, entre! Deve estar frio aí fora! — Louise abre um pouco mais a porta, a dando passagem.

O calor da casa conforta um pouco a garota, mas de tão nervosa, Carol estava tão pálida quanto um defunto e nervosa quanto uma adolescente na fila de espera na compra de ingressos de uma boyband. Ela vai andando na frente, por ordens de Louise, seguindo as vozes em direção da cozinha e então vê o senhor Robert, pai de Diego, sua irmã mais nova, Karen, e uma garota desconhecida, muito parecida com eles, que deveria ser uma prima, alguns rostos familiares da família de Diego, e por fim Diego, o que faz o pequeno coração jovial de Carol disparar. Todos riam e estavam muito bem vestidos, como o normal em uma véspera de Natal.

— Carol que surpresa! Feliz Natal! — Cumprimenta Robert — Espero que essa cesta em sua mão sejam os biscoitos de sua mãe. Eles são maravilhosos!

— São sim Sr. Gomes, ela colocou aqueles que o senhor mais gosta. — Carol sorri nervosa.

— Você deve estar morrendo de frio com essas roupas geladas. — exclama Louise, lançando um olhar severo de mãe. — Vá coloca-las no nosso closet e fique um pouco conosco até que esquente. Diego, leve ela até lá.

Diego deixa sua caneca de alguma bebida fumegante em cima da mesa para se levantar e ir até Carol que continuava parada na entrada da cozinha, a cada passo de Diego, a pobre garota sentia seu coração acelerar por mil vezes.

— Nossa Carol, você está pálida de tanto frio!

Carol apenas sorri, não é bem mentira, aquele frio na barriga que a dava vontade de vomitar não era mentira. Bem, com certeza o vômito não é mentira.

Meu Cupido ApaixonadoOn viuen les histories. Descobreix ara