É o nosso casamento

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Nada foi poupado naquele casamento. Havia cascatas de flores até ao tecto com os candieiros de  flores redondos pequenos e grandes, pilares dourados em cada canto um adorno. A admiração era total, os convidados encantados, parecia o palácio das mil e uma noite.
Entre os mais de mil convidados estavam os mais importantes, os pais de Ales, além de Emir, claro, depois de saberem que o filho estava vivo os pais não saíam do emirado, ninguém os conseguia tirar de Wafid, mas nem shafira ou Emir, ficavam preocupados. Ales, também viajou por cinco dias para Itália, queria ser o próprio a dar a notícia aos pais que estava vivo e que tinha recuperado o ceptro, mas o casamento dele e Shafira, fez as delícias dos pais. Recuperaram também todos os títulos da família Baldorrinni, não que isto fizesse diferença, nada disso, o importante era o nome da família Baldorrinni. O estatuto mantido. Shafira não o acompanhou, pelo estado em que se encontrava, a médica achava melhor não correr riscos. Os dois estavam a pôr todos doidos pelo facto de não pararem de falar um no outro. Ainda bem que tinha chegado o dia do casamento.

O pai foi vê-la, queria oferecer algo que guardava há muito tempo. só conseguiria estar a sós com ela, depois de passar todas estas comemorações. Aquela era a altura certa.

  - Meu Deus! Exclamou quando a viu.

Vestida em estilo sereia, com o corpo todo em renda marfim, comprido e cheio de bordados azuis nos rebordos, sobressaindo a cor dos olhos dela, finalizava na aplicação da cabeça do género tiara em bico até a testa onde pousava uma pedra, safira de onde provinha o seu nome.

  - Estás deslumbrante minha filha, mais bonita do que nunca. Todas que estavam no quarto com ela concordaram, marbir Aiida nem falava, não conseguia, sempre que fosse abrir a boca para falar, chorava e fazia-lhe chorar. Não podia permitir mais choros, se não destruia a maquilhagem que ja tinha sido refeita. Proibiu Aiida de falar. Sorriu ao imaginar.

Como tinha saudades de Ales, embora tivesse passado pouco mais de uma semana sem vê-lo, parecia uma eternidade, precisava dos seus braços ao redor do corpo dela, boca na boca queria sentir o seu hálito quente a tocar todas as partes mais íntimas, deixar de respirar para subir ao céu.

Oh céus! Tenho que parar de pensar, parar, porque se não abandono tudo e vou ter com ele, fugir e passar a vida toda fechados em um quarto a fazer amor.

Ales, também queria vê-la, inspirar o cheiro de jasmim que emanava do seu corpo. Passar as mãos em cada curva, entrar no recanto e fazê-la gemer e ele a frouxar. Meu Deus! Aquilo estava a toldar-lhe o domínio.

O pai, trazia em mão uma caixa retangular grande, toda ela espalmada, branco antigo, devia ser muito velha, parecia importante, o pai tremia ao entregá-la.

  - Minha filha, é para ti. Quase não conseguia dizer estas palavras, pelo aperto na garganta.

  - Guardamos a tua mãe e eu, para quando chegasse este dia, não foi possível para ela, mas espero que te faça muito feliz como fez-me e a mim  e a ela.

Quando abriu a caixa era um véu todo em renda do mais bonito que  visto. Sem aviso entrou em prantos, queria tanto a mãe, estar com ela, contar-lhe os segredos, anseios e a felicidade. apertava- lhe tanto o coração.

    - Então, então, calma. Disse o pai abraçando-a.

      - Desculpa filha, não quero que chores, hoje é um dia de muita felicidade, hoje, vais casar com um homem que te ama e tu também o amas e muito. Tens a minha bênção minha querida filha, de onde estiver a tua mãe também, sei que esta no céu a olhar por nós e também pelo teu homem. Sorriu.
Shafira também sorriu.
  
  - Agora vou ter de refazer a maquilhagem papá, vocês querem deixar-me louca ja chega o Ales. Disse para desanuviar o clima.
Houve gargalhadas, mas muito emoção.

    - Oh Cláudia Bella Baldorrinni!
    - vocês tiraram o dia para dar cabo de mim.

Cláudia Bella ou Bella, como era chamada pelos mais chegados, foi ao quarto onde estava Shafira, para oferecer uma caixa em veludo preto do tamanho de um envelope de carta. Tinham-se tornado nas melhores amigas, amavam Ales, juntavam forças para tudo o que dizia respeito a ele. O pai de Ales, Sr Marzio também tratava-a como se fosse filha, não podia estar mais feliz.

  - Toma abre filha. Disse Bella com lágrimas nos olhos.

   - É linda! Encantada com a bracelete, Shafira, não queria receber, era jóia de família percebeu pelo trabalhado que continha o brasão da família Baldorrinni. Cravejado de pedras como diamantes, esmeralda e outras, denotava a perícia que foi feita, so a família Baldorrinni, fazia as jóias daquele modo.

  - Não posso aceitar Bella. Disse ela.
  - isto pertence a família Baldorrinni.

Bella olhou para ela com o rosto de mãe a repreender uma filha e disse:

  - E tu pensas que és o quê? - Desde a altura que o meu filho escolheu-te para mulher, passas a fazer parte da nossa família já és nossa. Não te esqueças que carregas os nossos tesouros contigo e so isto é tudo para nós, e por tu seres o que és para o meu filho. Para mim és minha filha.

A tradutora tinha o rosto molhado de tanto chorar. Fazia a tradução com bastante dificuldade. Shafira, ja começava a perceber algumas palavras, tinha tido aulas para surpreender Ales.

  - Obrigada mãe Bella. Disse ela beijando a senhora no rosto que ficou radiante pelo modo como foi chamada.

   - Agora vai, tens ali um homem impaciente para estar no altar contigo, sem que fujas. 
Lentamente Empurrou-a para a porta, precisava de tempo para chegar ao altar composta.

A cerimónia foi tão muito bonita e emotiva. Ales, impecavelmente lindo no seu fato Giorgio Armani. Foi um instante até cruzarem os olhares e o mundo desapareceu.

Os pais disseram que parecia haver faíscas no ar, os convidados disseram que havia magia.

Realmente foi a magia cheia de faíscas.
O único problema que surgiu foi o do  primo do noivo, teve uma zaragata  com a sua noiva, mas chegou por se  resolver, fazer um escândalo em um  casamento italiano era muito normal.
Casamento sem algo para apimentar não é casamento.

No fim os noivos seguiram em lua de mel para destino desconhecido, cá para nós, rumaram para o deserto pois foi lá onde o destino os juntou.

Acariciava a barriga de Shafira depois de uma noite inteira de amor, pararam apenas para as necessidades vitais.  Ales disse:

  - Amo-te Shafira Dunia Wafid Baldorrinni.
   - Agora so quero cuidar de ti e dos nossos bebés, imaginas a pontaria que tive, três?

Sorriu.
   - Convencido! Também amo-te muito, muito... senhor Baldorrinni, meu marido.

Ambos estavam muito felizes.

  - Nunca pensei dizer isto, mas a melhor decisão que Kasim tomou, foi mandar- te raptar-me.

Ales deu uma gargalhada e voltou a prende-la nos braços dele. Disse:

  - Magestade!

Shafira depois de ser ordenada Sheika, pediu ao chefe Bashir, para uma vez por ano passar pelo seu emirado e realizar a bênção para os casais, onde era feita uma grande festa para toda a cidade. Realizando assim o sonho de incutir na cultura do país tudo o que desse a conhecer a cultura do deserto.

Ales levou-lhe para conhecer a Itália enquanto não tinham os seus filhos. Resolveu também transferir as empresas importantes para Wafid, assim conseguia estar ao lado da sua família, e quando houvesse algum negócio para tratar fora do país que adotou como sendo seu, levava toda a família incluindo marbir Aiida, que o adorava.

Shafira fechou os olhos e agradeceu, não podia ser mais feliz, tinha tudo.

Obrigada!

  Noite de estrelas e lua brilhante, no céu de preto até à areia no tom fogo do sol.

 

Raptar uma Sheika por amor Onde as histórias ganham vida. Descobre agora