4. Boys

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Garotos, estúpidos, são o que eles são.

— Está tudo bem ?

Eu levei um susto. Que me fez colocar a mão no peito.

— Me desculpe, eu não queria te assustar.

Seus olhos cor de mel me paralisou, ele era muito lindo.

— Está - foi tudo que eu consegui dizer.

— Não parece, sua maquiagem está todas borrada, da para deduzir o que você andou fazendo - ele diz.

E eu me lembro daquela cena novamente. O que me fez chorar mais.

— Eu disse algo de errado ? - ele perguntou.

— Não - eu disse, colocando as minhas mãos no rosto, para não
mostrar que eu estava chorando novamente.

— Quer conversar ? - ele pergunta, sentando do meu lado.

— Não.

— Quer um ombro para chorar?

Eu iria negar, mas não resistir.

Eu o abracei e comecei a chorar, ele falava coisas lindas, dizendo que tudo ficaria bem e que se eu quisesse ele iria me ouvir, mas eu não tenho coragem de contar.

Depois de chorar bastante, eu agradeci, ele perguntou se eu queria carona, e eu neguei.

Peguei meu celular e liguei para um taxi.

— Muito obrigada, mais um vez - eu disse, forçando um sorriso.

— Não há de que.

O meu taxi chegou e eu me despedi, estava indo de reto para casa, meu coração voltou a doer, mais eu tinha que recompor, não poderia voltar para casa nesse estado.

Subi em direção ao meu quarto sem fazer barulho.

No meu quarto só se ouvia barulho de soluços e choro, eu não conseguia esquecer nada, tudo que eu pensava era naqueles dois idiotas.

Abri minha caixinha preta que estava em cima do criado-mudo e peguei uma gilete, aquilo doía, mais pelo menos me fazia esquecer.

Tive que correr para o banheiro, se não iria sujar o carpete do meu quarto.

Depois de me mutilar, resolvi parar e coloquei um pano no meu pulso direito. Eu apertei bem forte.

Limpei toda a sujeira que deixei de sangue, e resolvi banhar, tirar aquela coisa ruim do meu corpo.

Não conseguia dormir, estava impossível.

6:10 AM.

Eu havia dormido muito pouco, mas minha mãe já tinha me perturbado muito, então resolvi ir para escola.

Fiz minha higienes matinais e fui para meu closet.

Peguei qualquer roupa, um moletom florido da Adidas e uma Calça jeans escura. Precisava usar roupas com mangas para esconder a bagaceira que fiz ontem.

Minha mãe até estranhou eu está com essa roupas, não quis tomar café, apenas bebi água, pedi para que ela me levasse para a a escola.

— A Lili não vai te levar hoje ?

— Não.

Na hora que eu estava saindo de casa, a Lili chega.

Vadia.

— Vamos ? - buzinou

Eu não ando com vadias.

— Não, eu vou com minha mãe. - disse com a cara fechada.

Ela disse um " tudo bem " e saiu.

Minha mãe passou o caminho todo perguntado o que havia acontecido, e tudo que eu falava era " nada ".

Todos me olhavam, talvez já sabiam que eu fui traída, ou talvez seja só minha roupas mesmo. Nem maquiagem eu passei, minha cara deve esta inchada por causa do choro de ontem.

— April - Camila me gritou no final do corredor.

Eu não iria falar com ela, mas a Camila veio até mim.

— Eu não ti vi na festa, o Natan disse que você estava procurando pelo meu irmão, mas até ele disse que não te viu.

— É, eu fui, mas logo voltei para casa, seu irmão não me viu, mas eu vi ele, muito bem - eu disse fria.

— O que foi ? - ela disse.

— Nada - disse sorrindo.

— Nada? , você veio toda descabelada para escola, e a Lili disse que você há tratou mal hoje de manhã.

— A Lili é uma vadia, cuidado para não se tornar uma também - eu disse, curta e grossa, indo para a sala.

— April, o que aconteceu ?

— Vai me dizer que você não sabe ?, seu irmãozinho pegou a vadia da sua amiga, na minha frente, eu vi, eu estava lá, na festa.

— O que ? - ela disse surpresa — O Cameron pegou a Lili, ontem ?

— Desculpe, não tenho tempo para responder as suas perguntas, apenas diga para seu irmão, que eu não quero nunca mais falar com ele - eu disse, me retirando em seguida.

A aula de biologia já tinha começado, eu agradeci porque os alugares ainda não foram gravados, eu sentei no final da sala.

Meu coração parou, assim que um garoto entrou na sala, ele pediu com licença e depois se desculpou pelo atraso.

Se fosse um garoto qualquer eu nem teria dado tanto chilique assim.

Era ele, o mesmo garoto de ontem.

Save me - JBWhere stories live. Discover now