Capítulo 1 - Esbarro

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– Como é?

Ele apoia suas mãos na grama e fica de pé num segundo. Guarda o celular no bolso frontal e limpa as mãos na calça jeans preta.

– É isso mesmo, fedelho mal educado – prossigo com as ofensas.

– Olha aqui, vadia, você sabe quem eu sou? – Pergunta num tom como se ele fosse o presidente da república e eu fosse obrigada a saber quem ele é.

– Deveria? – Rio pelo nariz com escárnio.

– Eu sou o Justin Bieber, Justin Bieber, escutou bem? E se você quer fazer um programa, desculpa, não transo com qualquer uma. Seu estado parece precário, aposto que leva até bichos dentro das calças! – Grita. Seu rosto parece ficar avermelhado.

– Desde quando nome define personalidade? Seu caso é um ótimo exemplo. Seu nome é até bonitinho, mas você é podre, e não porque está sujo, mas sim de caráter. Roupas também não querem dizer nada. Existem muitos mendigos por aí com trapos de roupas que são melhores que você. Aprenda isso – desabafo com ainda mais raiva. – E mais uma coisa, criança não transa.

– Nome não define personalidade para alguém como você que está na sarjeta, desesperada. Mas para pessoas de alta classe, definem, sim. E eu não ligo para os mendigos. Do que adianta eles serem melhores do que eu se não são quem eu sou? – Diz debochado. – Olha pra você. Essa cara de derrotada, de desespero, cara de uma pessoa que nunca será absolutamente nada. Eu olho pra você e só enxergo fracasso.

Suas palavras de desprezo fazem efeito sobre mim. Franzo o cenho, abismada com esse indivíduo. Como uma pessoa consegue ser tão fútil?

– Como você pode ser podre a tal ponto? Como uma pessoa como você tem fãs? Você me dá nojo, garoto e olha que eu tive a infelicidade de acabar de te conhecer, mas já tenho essa impressão. Eu não me importo se quando você olha pra mim só vê fracasso, porque é realmente isso que eu sou. Mas e você? Você também é um fracasso, mas diferente de mim tem grana. E não é porque muitas pessoas te bajulam que você deixa de ser um fracasso, sabe o porquê? Porque elas não gostam realmente de você, elas gostam do seu dinheiro, das oportunidades que a sua fama traz. Afinal, quem gostaria de alguém tosco como você?

Sinto um arrepio ao concluir a frase e o olho com desprezo.

– Mas bem que dinheiro resolveria sua situação desesperadora, não é mesmo? É uma pena que eu não tenha trago a carteira, se não te daria alguns trocados pelas belas palavras ditas.

Dou alguns passos, ficando bem próxima dele e por um segundo ele hesita, demostrando medo em seus olhos. Porém, logo toma uma posição ereta e me fita, desafiador. Olho seu rosto com precisão, e apesar de ser um crápula por dentro, por fora é lindo. No entanto, sua personalidade o deixa feio.

Aproveito sua distração e escarro em seu rosto. Não há palavras para descrever sua reação. Gargalho, feliz por esse "desabafo" e por vê-lo baixar a guarda.

– Vadia! – Justin levanta sua mão esquerda para bater em meu rosto, mas eu o impeço, segurando seu pulso. Imponho toda minha força em minha mão direita e aperto seu pulso, o contorcendo. – Ahhhhh – gritou de dor, mas eu continuo.

Ou ele é muito fresco ou eu estou com muita força. Provavelmente a primeira opção é a correta.

– Seus escrúpulos acabaram, Bieber.

Um barulho vindo do norte chama a minha atenção e me faz largar o pulso de Justin. Pela visão periférica posso vê-lo balançar o pulso e o acariciar devido à dor.

Ouço a voz de alguém ao longe que com certeza não deveria estar ali, xingando alto demais. O pânico toma conta de mim. Apavorada, gelo por dentro e fico completamente imóvel. Justin aproveita o momento oportuno para zombar de mim.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 18, 2016 ⏰

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