E todas as vezes que ela chamava, clamava, gritava por ajuda e ninguém a ouvia. Eu a ouvia.
Ela dizia que estava tudo bem, que mal algum a derrubaria, mas ela já estava no chão há tempo de mais para saber o que era estar de pé.
Ninguém nunca lhe estendeu a mão, ela nunca aceitaria, afinal. Aquele era seu mundo, ela o queria governar sozinha.
Sua armadura era frágil, invisível, mal existia. Era uma criação de sua cabeça.
Ela construía muros todos os dias e injetava morte em suas veias e bebia demônios todas as tardes e inalava fantasmas...
Ela estava perdida, perdida em seu próprio mundo, perdida em sua própria vida. Ela precisava de alguém.
Alguém que a entendesse, alguém que a levantasse, alguém que lhe mostrasse um caminho e o seguisse junto a ela.
Oh, mas não havia ninguém. Ninguém mesmo. Nem mesmo eu, nem mesmo ele.
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Molotov
Short Story"Ela se sentia uma bomba, líquido inflamável preso naquele corpo vítreo. Álcool, gasolina, molotov... Ela queria queimar, como naquela noite." ©2016 SSMissing Todos os direitos reservados. Esta é uma obra de ficção. Todos os acontecimentos descritos...