dois

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E todas as vezes que ela chamava, clamava, gritava por ajuda e ninguém a ouvia. Eu a ouvia.

Ela dizia que estava tudo bem, que mal algum a derrubaria, mas ela já estava no chão há tempo de mais para saber o que era estar de pé.

Ninguém nunca lhe estendeu a mão, ela nunca aceitaria, afinal. Aquele era seu mundo, ela o queria governar sozinha.

Sua armadura era frágil, invisível, mal existia. Era uma criação de sua cabeça.

Ela construía muros todos os dias e injetava morte em suas veias e bebia demônios todas as tardes e inalava fantasmas...

Ela estava perdida, perdida em seu próprio mundo, perdida em sua própria vida. Ela precisava de alguém.

Alguém que a entendesse, alguém que a levantasse, alguém que lhe mostrasse um caminho e o seguisse junto a ela.

Oh, mas não havia ninguém. Ninguém mesmo. Nem mesmo eu, nem mesmo ele.

MolotovWhere stories live. Discover now