Capitúlo VII - O Elo Inesperado

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- Aaaaaah! - um grito de dor preencheu o ar.
Era Maya, sua mão banhada em vermelho.
O machucado que ainda não havia se curado, agora era encoberto por sangue, que escorria e pingava no chão de terra, convertido em lama, por conta da grande quantia de sangue derramada alí.
- Irá morrer, menina! - disse um ser com voz densa e aparência repugnante, seus traços fortes e seu porte se assemelhavam aos de árvores.
Maya havia sido atingida justamente em seu machucado, que parecia incurável.
A garota havia tentado se proteger em prol do forte golpe que seria proferido diretamente em seu pescoço se ela não houvesse se afastado jogando o corpo para trás e protegido-se com a mão ferida.
A garota não conseguia se mexer e a dor fazia com que seu rosto mostrasse quase uma expressão monstruosa.
O ser que a machucara se preparava para o próximo golpe, levantando sua espada ao alto, acumulando todas as forças possíveis, quando caiu em um baque surdo, derrubando Maya com seu braço ao desabar com seu rosto de encontro ao chão.
Gaspar estava logo atrás, com o rosto manchado de sangue e de uma fúria extremamente aparente, uma espada em seu punho, manchada com o mesmo sangue.
Maya forçou com a mão ilesa o braço do ser que a prendeu quando caiu, mas o esforço só fez com que sua mão agora mais ferida doesse brutalmente.
Ela segurou o corte por onde seu sangue fluia como águas de uma nascente.
Gaspar puxou o braço do ser morto, sem tirar a espada de punho, mas agora o corpo inerte transformava-se em um tronco forte, que prendia ainda mais o corpo de Maya.
- Deve manter seu corpo rente ao chão, terei de cortar o braço dele, não posso machucá-la.
Maya fechou os olhos e seguiu as ordens do Anunciador, ainda pressionando o local do corte, que desatava a doer.
Ouviu um som como o de um machado batendo contra uma árvore e sentiu a pressão do braço saindo de cima de si.
- Consegue se manter, Maya? - disse Gaspar, levantando a garota com a mão vaga.
- Está doendo tanto... - disse Maya, tentando manter suas pernas firmes e caminhar junto a Gaspar.
- Está perdendo muito sangue, devemos nos apressar ou temo o que poderá lhe acontecer.
Maya temeu por si mesma, tentando olhar em frente e esquecer-se do ferimento que lhe arrancava reclames baixos e fazia lhe cerrar os dentes durante a corrida para sair dali.
Foi surpreendida por outra mão forte a segurando, era Valentina, que apesar de jovem e mulher, se mostrava forte e inquebrável.
- Valentina... Obrigada.
- Não me agradeça, vim por causa de Aleixo.
- Não deveriam! - bravejou Gaspar. - Devem evitar conflitos até que chegue o momento!
- E deixar que fiquem a mercê da fraqueza dela? - cuspiu Valentina - Não seja ingrato, Gaspar!
- Deveriam me ouvir! Onde está Aleixo?
- Está em luta. Guerreava com aqueles pequenos seres irritantes, centenas deles. Eu segui pela trilha, os enxerguei ao longe e vim ajudar. Ainda não encontramos Hector.
A aurora viria nas próximas horas, e avistaram Aleixo guerreando com um exército pequeno e verde, que saltavam e mordiam seus trajes, os rasgando como lobos. Aleixo debatia-se e os feria com golpes, mas surgiam mais e mais, de todas as partes, pareciam infinitos em todos os locais.
- Leve-a para a trilha, vou livrar Aleixo. Bem sabem que não precisarão arrumar um meio de iluminação, as noites tem sido de lua cheia.
As garotas seguiram, entrando na mata.
Gaspar chegou dizimando dezenas de Goblins com sua espada, desviando de suas mordidas afiadas.
Empurrou Aleixo enquanto os Goblins preparavam-se para transformar-se. Enquanto se armavam como felinos, Gaspar movimentou violentamente suas mãos para cima, o que gerou em raizes rudes que ao sairem da terra formavam uma barreira densa.
As pequenas criaturas tentavam escapar por dentre os vãos, quando Gaspar orientou as chamas que ardiam próximas dalí e essas arderam por sob as raízes, fazendo com que vários pequenos seres murchassem conforme o fogo tomava conta de seus corpos.
- Vamos! - gritou Gaspar para Aleixo.
Ambos sairam correndo a toda velocidade, Aleixo mancando aqui ou alí por conta das mordidas afiadas dos Goblins em sua perna.
- Está ferido, Aleixo. Foi mordido!
- Foi superficial. - gritou Aleixo mais alto do que o ar que batia em seu rosto enquanto corria e todos os barulhos alí perto, que misturavam-se em estralos do fogo, tinir de espadas , explosões e outros dos mais variados sons. - Eu estou bem.

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⏰ Last updated: Nov 13, 2016 ⏰

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