Pilotei enquanto pensava nisso e tempos depois, estacionei minha moto frente ao motel, procurando por ela. Assim que meus olhos a encontram, desci e comecei a caminhar rumo à garota de calça de couro justo e espartilho vermelho com preto.

_Era meia hora, não é? Porque você está há 14 minutos atrasado.

_Eu tive um imprevisto e... Ah, cala essa boca!

Eu a puxei pela cintura e a agarrei, beijando-a violentamente. Ela não recuou, mas fez cara de susto quando me afastei.

_Você fala demais, garota!

Dessa vez fui eu quem ficou surpreso: ela se lançou sobre mim, devolvendo meu beijo roubado na mesma intensidade.

Quando ela se afastou eu sorri ainda de olhos fechados, depois os abri lentamente.

_Aí, vamos logo lá pra dentro.

Ela sorriu com malícia e eu me apressei, puxando seu pulso para dentro do lugar. Chegando na recepção, Lucy me cumprimentou.

_Ora, bom dia, senhor Lachowski! Que surpresa te ver aqui a esse horário...

_Estou tão surpreso quanto você. Bom dia, gatinha.

Lucy sorriu, corando, e depois olhou para a garota a qual eu segurava o pulso.

_Bom dia, senhora.

A garota só assentiu, sem nem olhar nos olhos da recepcionista. Eu lancei sobre Lucy um olhar confuso, e então me virei para a garçonete, puxando-a pela cintura e segurando seu queixo com a ponta dos dedos.

_Algo errado?

_Você deve vir muito aqui... – ela desviou o olhar. – A garota da recepção sabe seu nome e você a trata por "gatinha"...

Eu gargalhei incrédulo.

_Sim, docinho. Venho aqui quase todas as noites, e sempre com uma mulher diferente. – Me virei para Lucy – E ela sabe meu nome, porque já o gritou muito, não é, Lucy?

A recepcionista corou, abaixando a cabeça com um sorriso tímido.

_Está fora de cogitação um replay, não é, Cage? – A jovem morena com cabelos presos ainda não me olhava, envergonhada.

_Quem sabe, não é? Um dia...

Mordi o lábio olhando a recepcionista, que com um sorrisinho bobo nos lábios, de imediato ergueu seu olhar, encontrando meus olhos claros a inspecionando de cima a baixo.

_Pois bem, Lucy! O mesmo quarto de sempre, por favor. – Bati a mão no balcão, empolgado.

Lucy se virou e me entregou uma chave, sorrindo discretamente.

_Aqui está, senhor Lachowski. Devo pedir o café da manhã?

Olhei para a garota atrás de mim.

_Você gosta de quê no café, meu bem?

_UMA NOITE, Cage. Não vou ficar até a manhã. Quando terminarmos lá em cima, me visto e vou pra casa no minuto seguinte.

Fingi uma cara de impressionado, e depois olhei para Lucy, que realmente estava impressionada. Voltei a olhar a garçonete.

_Bem, então espero que você faça valer a pena.

Sorri para Lucy me despedindo, e com passos largos, puxei a garota até o elevador. Lá dentro ela deu outro de seus ataques, tirando bruscamente minha mão de seu braço.

_Me larga! Não sou uma cadela na coleira pra você sair puxando!

Ela ficava ainda mais linda quando fazia birra. Será que ela sabia?

Enquanto o elevador subia, era impossível não sentir aquele olhar intenso sobre mim. Umedeci meus lábios usando a língua respirei fundo enquanto eu encarava a porta.

_Você quer muito isso, não é? – Sorri com malicia finalmente a encarando – Tudo bem, eu não julgo. Pede e te beijo.

_Não vou pedir nada.

_Legal.

Me escorei no elevador com um sorriso convencido de relance, encarando novamente a porta com as mãos no bolso.

_Idiota!

Ela bradou e antes que eu pudesse ao menos protestar, já estava escorado na parede de ferro graças a um empurrão que ela me deu. Aqueles lábios vermelhos e famintos devoravam minha boca como se eu fosse um banquete. O encaixe perfeito para o beijo perfeito.

Senti as mãos frias da loira subirem de meu abdômen até o peitoral por baixo da camisa polo cinza que eu usava. Me arrepiei, cerrando os dentes e ofegando uma única vez, tendo um pequeno espasmo. Que merda...? Aquilo era novo pra mim.

Sem perder tempo, ela começou a morder meu pescoço, e eu fiquei sem reação. Ao invés de jogá-la contra a parede e entrar na brincadeira, tudo o que consegui fazer foi arranhar com as unhas o aço do elevador. Eu estava estranhando que eu não tivesse feito nada. Porra, eu sou a merda do Cage Lachowski, cara! Que caralho eu estou fazendo?!

Não, espera... Que caralhos eu não estou fazendo?!

Com mais indignação do que deveria eu levei minha mão até a nuca dela, segurando-a pela raiz do cabelo.

_Ah! – Ela gemeu baixo.

Estávamos ofegantes e nossos olhos estavam fixos um no outro. O ar estava tão quente que eu sentia como se fosse derreter sob aquele olhar intenso e atrevido.

_Filha duma... – Cerrei os dentes, e a beijei com a mesma intensidade novamente. – O que você está fazendo comigo?

Oelevador abriu, e eu e ela rolamos aos beijos para fora dele. Suas mãos friastocavam meu corpo me fazendo arrepiar, enquanto eu mordia seu lábio, aproveitandocada segundo. Que mulher!

Broken - InterrompidoWhere stories live. Discover now