Sem título

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Esses dias me peguei pensando sobre as coisas que nos acontecem. Se elas acontecem por merecimento ou não. O que importa? Afinal de contas, elas são. 

Enfim, escrevi uma dedicatória para um pessoa que de certa forma me importa e me encanta.O livro é um modo irônico de nos contar como conversar com um Fascista e como isso pode nos atingir nos dias atuais de maneira impiedosa nos fazendo um Fascista em potencial. A dedicatória era a Seguinte :


Eu gostaria de mergulhar até a superfície da minha alma,

Pois, o profundo é claramente estarrecedor,

E então, poder ascender até a aura que me adorna

Num infinito de possibilidades e sentimentos, não obstante,

Custa-me acreditar que essa sensibilidade é um candelabro de face apagada.


A breve dedicatória aborda esse Fascista, aquele quem vive empiricamente e a partir de suas experiências de base, fecha o circo do seu conhecimento. Assim, seu conhecimento é paranoico, não foge dos padrões que fora imposto, outorgado, anteriormente. Não tem fundamentos. O que o Fascista mais odeia é a arte da argumentação, ele odeia uma certa prosa. Afinal de contas, qualquer meia palavra mostra que seu conhecimento é titulado, fechado e sem sentido. Coisa que ele mesmo não acredita, sendo assim, ás vezes, ganha por exaustão e intensa repetição do que acha da vida e das pessoas. Entende-se por ser esclarecido e , assim, tenta buscar a luz na superfície da alma, já que pondera ter conhecimento para tal ação, porém há de perceber que essa tendência de ascensão o leva para o profundo, para o mergulho na completa escuridão. Ele quer enxergar na sua alma algum gracejo, algum enfeite, que seja. Mas, mesmo diante a mil possibilidades de se livrar de tal título, não aceita mudar suas opiniões. É ser insensibilizado, nele não vejo luz, não vejo velas que possam iluminá-lo já que o caminho para abandonar esse paradigma é o conhecimento de mundo, de dentro. Tudo isso sua consciência não percebe já que suas ideias são compradas, são outorgadas por padrões sociais. Sem falar que esse mesmo indivíduo é hiper fixado nesses padrões a ponto de não aceitar a sexualidade alheia quando tida pelo outrem de modo feliz. Freudiando por aqui, poderia se dizer que já que eu não posso tocar, executo a ''inversão temor de contato'', a história da sexualidade não entra no paradigma dele, assim, nasce mais uma forma de violência, como freud bem descreveu, exemplificando em segundas palavras: '' já que eu tenho um desejo mal resolvido, eu quero tanto esse contato que eu ataco de modo violento.'' Reflitam!  

Um labirinto sem saída! Pra você, belo Fascista, ofereço meu poço na Rússia!


Larissa Caproni

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Aleatoriedade negraWhere stories live. Discover now